Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de abril de 2020
O confinamento na França será prorrogado para além do dia 15 de abril, e o presidente Emmanuel Macron discursará na próxima segunda-feira (13) para apresentar suas decisões sobre a luta contra a epidemia de Covid-19 durante as próximas semanas, disse o Palácio do Eliseu nesta quarta-feira (8).
O pronunciamento do presidente francês, que estava previsto para esta quinta-feira (9) foi adiado, mas a notícia que os franceses já aguardavam veio nesta quarta: o confinamento continua. A presidência não especificou, no entanto, a nova duração do confinamento.
O discurso deve abordar as novas estratégias do governo, como o porte obrigatório de máscaras e um aplicativo digital para ajudar a conter a propagação da doença, evitando, assim, uma segunda onda de infecções na saída do confinamento, que deve acontecer de maneira gradual.
O confinamento oficial na França começou em 17 de março e, desde então, prolongamentos vêm sendo anunciados a cada duas semanas.
O fim do confinamento na França só pode ser previsto quando a saturação dos serviços de reanimação for interrompida e as medidas de controle que serão adotadas sejam operacionais, considera o Conselho Científico francês.
Nesta quarta, o primeiro-ministro Édouard Philippe exaltou, no Senado, os benefícios do confinamento no combate à Covid-19. “Antes de considerar uma saída do confinamento, o governo terá que garantir que o objetivo” de “aliviar os serviços de ressuscitação franceses” seja “alcançado”, “com base em indicadores epidemiológicos”, sublinha o texto do Conselho Científico.
“As equipes de saúde também terão que se beneficiar de um período suficiente para se recuperar do esforço considerável prestado, e os estoques de equipamentos, tratamentos específicos de ressuscitação e equipamentos de proteção deverão ser reabastecidos”, acrescenta o parecer, o quinto desde a criação deste órgão, em 10 de março, para orientar as autoridades públicas em sua estratégia contra a epidemia de Covid-19.
Baseado neste parecer, Philippe sublinhou, no Senado, que a progressão da curva de casos graves de Covid-19 “parece estar se desacelerando” e que isso seria uma boa notícia, caso se confirme nos próximos dias. “Isso é muito provavelmente efeito do confinamento, e confirma a sua necessidade”, disse o primeiro-ministro.
Estratégias
Os membros do Conselho Científico, presidido por Jean-François Delfraissy, acrescentam dois outros critérios pelos quais a saída do confinamento “pode ser decidida”: “uma redução no número de casos Covid-19 no território nacional” e “garantir que os elementos de uma estratégia de pós-contenção estejam operacionais”.
“Idealmente, a redução no número de pacientes terá que ser significativa o suficiente para que a detecção sistemática de novos casos seja novamente possível, a fim de combater antecipadamente a retomada da epidemia, aplicando rapidamente as medidas de controle com a casos e seus contatos”, explica o presidente do conselho.
Os 13 especialistas acreditam que a imunidade da população ao novo coronavírus atualmente é “muito provavelmente inferior a 15%” e, portanto, ainda não pode desempenhar um papel no controle da epidemia.
Saldo de mortos
Pelo menos 10.869 mortos devido à Covid-19 foram declarados na França, em novo boletim divulgado nesta quarta-feira (8). De acordo com os dados da Direção Geral de Saúde, houve mais 541 em 24 horas.
Devido a um problema técnico que impede o acesso ao aplicativo, o órgão não pôde incluir as mortes nas casas de repouso para idosos. O boletim desta quarta, portanto, diz respeito apenas às mortes em ambiente hospitalar.