Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2020
No fim da tarde dessa terça-feira, o governador Eduardo Leite se reuniu com o chefe da Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes, para pedir maior agilidade na homologação dos decretos de emergência dos municípios gaúchos atingidos pela falta de chuvas, assim que os processos sejam recebidos pelo órgão. Ele também convocou para sexta-feira uma nova reunião com vários órgãos estaduais.
A estiagem é considerada a mais severa dos últimos sete anos. Até o momento, nove municípios informaram à Defesa Civil que decretaram situação de emergência: Chuvisca, Camaquã e Cerro Grande do Sul (na região Sul), Pantano Grande, Sinimbu e Venâncio Aires (na região do Vale do Rio Pardo), Boqueirão do Leão (na região do Vale do Taquari), Maquiné (no Litoral Norte) e Mariana Pimentel (na região Centro-Sul), caso mais recente.
Diante das consequências da estiagem em diferentes regiões do mapa gaúcho, no começo desta semana o chefe do Excutivo já havia solicitado relatórios às equipes da Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural), Sema (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura), Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, e da própria Defesa Civil.
“Estamos analisando alguns relatórios já recebidos e aguardamos a conclusão de outros dados para reunir todas as pastas envolvidas nesta semana e avaliarmos novas providências”, declarou Leite.
Apoio
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, as equipes do órgão, bem como da Sema e da Emater já atuam há aproximadamente duas semanas no suporte aos municípios e comunidades que solicitaram auxílio. Dentre as medidas adotadas em caráter emergencial está a distribuição de reservatórios móveis para os locais mais afetados pela falta de chuva.
No total, 20 municípios receberam o empréstimo de 32 unidades da pipa, cada uma com capacidade de 4,5 mil litros. Esses recipientes são utilizados para o abastecimento de moradores em bairros e áreas rurais.
A Seapdr segue trabalhando na construção de microaçudes e na perfuração de poços artesianos. As ações foram iniciadas antes do verão, de forma preventiva, e estão sendo intensificadas, garante o Palácio Piratini. Ao todo, serão 2,7 mil microaçudes e pelo menos 70 poços artesianos, somados os que estão em execução e os previstos para 2020.
Situação
Camaquã já decretou situação de emergência em função da falta de chuva, assim como o município de Chuvisca. Maquiné, por sua vez, abriu protocolo no S2iD (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), mas ainda precisa preencher formulários e inserir documentos para dar andamento ao processo.
A partir da decretação, o município tem 20 dias para conclusão do processo que possibilita a homologação por parte do Estado e o reconhecimento pela União.
Dentre as orientações para os produtores minimizarem os danos associados à falta de chuva, a Secretaria da Agricultura recomenda:
– Construir açudes para irrigação e uso por animais;
– Construir ou instalar cisternas, tanto na área rural quanto urbana;
– Evitar colocar lixo ou poluir rios, riachos e arroios;
– Poupar água sempre e, nos períodos de estiagem, evitar o uso desnecessário;
– Diversificar culturas, principalmente na propriedade familiar, e desenvolver práticas de manejo que visam garantir a subsistência alimentar da pequena propriedade.
(Marcello Campos)
