Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2017
O procurador Regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirma que os cortes orçamentários e o esvaziamento da equipe da Polícia Federal fazem parte de uma “estratégia de governo” para “sufocar lentamente” as investigações contra a corrupção.
“O governo preferiu o método suave, o sufocamento lento”, diz Carlos Fernando, decano da equipe de 13 procuradores da República que integram a Lava Jato em Curitiba. Foram eles que iniciaram as apurações em 2014 e encurralaram Odebrecht, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros poderosos.
“É uma estratégia clara de governo de atender interesses político partidário no sentido de sufocar a Lava Jato. Como custa muito caro, em termo de comunicação, as medidas que vão direto contra a Lava Jato, como o Congresso Nacional tentou fazer com o abuso de autoridade, ou a anistia do caixa 2, o governo preferiu o método suave. O sufocamento lento”, disse.
Sobre a questão dos custos da operação para o Brasil, o procurador responde que “Lava-Jato é uma operação superavitária em termos de recuperação de valores para o Estado brasileiro. Ela custa infinitamente menos do que os valores dispendidos nela. Seja no Ministério Público, seja na Polícia Federal”.