Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2018
Nessa quinta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha voltou a garantir que o desconto de R$ 0,46 no preço do diesel deve chegar às bombas no final deste mês. De acordo com o emedebista, parte da composição do óleo comercializado atualmente está com o preço definido na quinzena anterior ao reajuste dado depois da paralisação dos caminhoneiros.
A previsão é que os estoques de diesel com o novo preço já sejam disponibilizados nas bombas a partir da segunda quinzena. O ministro também reiterou que o governo federal cumprirá o acordo firmado com os caminhoneiros, mas há um “processo em andamento” até o desconto chegar na ponta para o consumidor.
“Do dia 16 de junho em diante, já começa a pegar a projeção dos preços reduzidos agora do dia 1º a 15 de junho”, detalhou o titular da pasta, antes de participar de evento de lançamento do portal da internet Normas.Gov, na sede da Imprensa Nacional. “E do dia 16 a 30 de junho já haverá uma nova projeção. Aí sim, presumo, todos os postos estarão com os 46 centavos a menos na bomba.”
A respeito da possibilidade de interferência do Estado no preço dos combustíveis, o ministro afirmou que a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) estuda um método para estabelecer uma periodicidade de reajustes.
“Já vimos que a ANP vai exercitar sua competência de disciplinar o mercado nacional e está na perspectiva dessa disciplina que também avalie a periodicidade para o reajuste dos combustíveis. Periodicidade, não está se falando aqui em alteração da política de preço da Petrobrás”, ressaltou.
Distribuidoras
Na terça-feira, a Plural, entidade que representa as maiores distribuidoras de combustíveis, acusou o governo de “falta de transparência” ao anunciar o desconto de R$ 0,46 no litro do diesel nos postos. A entidade diz que, na prática, o desconto real na ponta, a partir dos subsídios concedidos, é de R$ 0,41 e que para se chegar ao total anunciado, isso dependerá de cada Estado reduzir o cálculo do ICMS sobre o produto.
Segundo o presidente executivo da Plural, Leonardo Gadotti, o diesel comercializado nos postos revendedores tem uma mistura obrigatória de 10% de biodiesel. O subsídio anunciado pelo governo é sobre o diesel mineral, que corresponde a 90% do produto vendido nas bombas.
“Os R$ 0,46 de desconto como foi anunciado não se refletem na bomba por si só”, afirmou Gagotti. Ainda de acordo com o executivo, o desconto na ponta, considerando os subsídios anunciados pelo governo, chega, então, a R$ 0,41.
“Pelo que o governo anunciou, o diesel mineral sai da refinaria R$ 0,46 mais barato e isso já acontece desde as primeiras horas da sexta-feira. As distribuidoras associadas à Plural já estão repassando para os seus clientes integralmente. Mas, na medida em que a gente repassa o desconto, ele é sobre 90% do diesel vendido na bomba”, prosseguiu.
No final da semana passada, a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes) já havia alertado que a redução de R$ 0,46 por litro nas refinarias poderia não chegar às bombas dos postos de todos os estados e que o desconto dependeria da alíquota de ICMS cobrada em cada lugar.