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Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2018
Não é verdadeira a mensagem que circula no WhatsApp e nas redes sociais que diz que as urnas eletrônicas estariam programadas para adotar o horário de verão no segundo turno das eleições 2018 e, assim, não computariam os votos feitos depois das 16h. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o governo federal, a mudança do horário de verão só valerá a partir do dia 4 de novembro, ou seja, após o segundo turno das eleições, marcado para o domingo, dia 28 de outubro.
O Comprova consultou, além do site do governo, o Tribunal Superior Eleitoral. O acordo para que a alteração fosse feita depois do pleito foi firmado com o Palácio do Planalto em dezembro de 2017. Em 4 de novembro, os relógios serão adiantados em uma hora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
De acordo com a Justiça Eleitoral, “as urnas não estão programadas para entrar no horário de verão antecipadamente, mas sim, para funcionar no horário oficial.”
Neste domingo, 28 de outubro, a votação ocorrerá normalmente entre 8h e 17h, pelo horário local.
No Facebook, o boato circulou em vários perfis, mas com pouca viralização.
O próprio TSE desmentiu a informação que circula nas redes sociais. O mesmo fez o Fato ou Fake, do G1.
A checagem foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas da Bandnews FM. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como “crosscheck”. O Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia com o objetivo de combater a desinformação durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022.
Enem
O ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que o calendário do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) está mantido, mesmo com o primeiro dia de prova, 4 de novembro, domingo, coincidindo com o início do horário de verão. Uma campanha vai ser veiculada nos meios de comunicação para alertar os participantes da mudança nos relógios à meia-noite de sábado (3).
Após chegar a anunciar que atenderia a um pedido do MEC (Ministério da Educação) para adiar o início do horário de verão por causa do Enem, o governo decidiu no último dia 15 não fazer alterações. Dessa forma, o horário especial começará em 4 de novembro, primeiro dia do exame. O segundo dia da prova é aplicado no domingo posterior, 11 de novembro.
Uma nota técnica interna elaborada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) apontou riscos severos para a aplicação do Enem, conforme revelou o jornal O Globo. Segundo o documento, é elevada a probabilidade de uma grande quantidade de alunos perder o primeiro dia de prova, por conta da mudança nos relógios, e ficar com nota zero na redação. Com tal pontuação, ficariam impedidos de pleitear vaga no ensino superior, Fies ou ProUni.
A nota técnica apontou ainda que as equipes podem fazer confusão com os horários em relação à logística no dia da prova, que começa com a expedição dos testes, fechamento de portões, e início e fim do tempo para fazer o exame. Tais riscos, segundo o estudo interno, podem inclusive quebrar a isonomia entre os participantes.
Confusão
Para tentar reverter esses riscos, o MEC e o Inep vão apostar na campanha na televisão e rádio para alertar os candidatos e também em reforço interno entre as equipes para evitar problemas na logística. O horário de Brasília continuará sendo a referência para todo o país na aplicação do exame. Dessa forma, participantes de parte do Norte do País, que ficará com mudança de três horas a menos em relação ao horário de Brasília, irão entrar nos locais de prova às 9h no horário local.
A confusão sobre o horário aconteceu depois que o Inep ignorou um decreto de dezembro do ano passado, baixado por Temer, que definiu o início do horário de verão no primeiro domingo de novembro. Antes da edição do decreto, o Tribunal Superior Eleitoral havia solicitado que o horário especial não coincidisse com o segundo turno das eleições deste ano, marcado para o dia 28 de outubro. O Inep definiu a data do Enem somente em abril deste ano, mas não levou em conta a medida baixada pelo presidente no ano anterior.