Sábado, 25 de outubro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O inquérito do Supremo que determinou censura a duas publicações é “escalafobético e teratológico”, disse o líder de procuradores

Compartilhe esta notícia:

Sessão plenária do Supremo. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), José Robalinho Cavalcanti, classificou como “escalafobético” (fora do comum) e “teratológico” (monstruoso, anômalo) o inquérito que o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu para apurar notícias falsas contra os ministros. Houve buscas e apreensões, inclusive na residência de um general da reserva. Uma reportagem da revista “Crusoé” sugerindo que Toffoli estaria ligado a repasses da Odebrecht detectados pela Lava-Jato, foi censurada.

Robalinho defendeu a atuação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no confronto com o STF para arquivar a apuração. “Raquel Dodge está certa”, disse ele, durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. “Esse inquérito policial é escalafobético, teratológico, com todo o respeito. Não tem nenhum sentido jurídico.”

Moraes decidiu não arquivar o inquérito mesmo depois da determinação de Dodge. Para o presidente da ANPR, o inquérito aberto pelo STF seria inconstitucional, pois teria quebrado a isenção do Poder Judiciário necessária em investigações criminais.

Ele afirma que o papel da Justiça num inquérito deve ser de autorizar medidas investigativas a pedido da polícia ou do Ministério Público, pois cabe à Justiça a análise da legalidade dessas mesmas medidas.

“O inquérito em si tem, infelizmente, uma série de irregularidades. Ele é inconstitucional: juiz não pode investigar”, diz Robalinho. “Porque, se o Supremo está dando a ordem, quem vai julgar se a ordem realmente é adequada, se a liberdade está sendo tolhida ou não?”, pergunta o procurador.

A ANPR abriu um mandado de segurança coletivo para impedir o ministro Alexandre de Moraes de fazer buscas, oitivas, prisões e atos de censura sem parecer do Ministério Público – como acontece em qualquer apuração criminal no STF. O mandado protege apenas procuradores da República de serem alvo do inquérito.

A estratégia é evitar que Moraes simplesmente ignore o pedido feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República). “Ela também fez uma manifestação muito dura quando o Gilmar [Mendes, ministro do STF] fez o inquérito das algemas, e ele ignorou”, lembrou Robalinho, se referindo ao inquérito que o ministro abriu para apurar suposto abuso de policiais ao colocarem algemas no ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), que está preso.

Com o mandado de segurança, o caso será analisado pelo ministro Edson Fachin, pois ele é o relator de ação do partido Rede Sustentabilidade sobre o mesmo tema. Assim, espera a associação, o conjunto dos 11 ministros do STF deve acabar sendo chamado a tratar do assunto.

As ações que contestam a abertura do inquérito por Toffoli devem fazer com que o caso seja analisado em breve pelo plenário do STF, formado por 11 ministros.

“Numa democracia, o Poder Judiciário é a última palavra. O que significa que só quem pode conter ou corrigir o Supremo é o próprio Supremo. É por isso que um inquérito irregular sendo tocado pelo Supremo torna-se um exemplo muito grave”, diz Robalinho.

Inquérito está em segredo de Justiça

O inquérito foi aberto por decisão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que designou Moraes como relator do processo. A abertura das investigações foi uma decisão tomada “de ofício”, ou seja, sem haver pedido da polícia ou do Ministério Público.

O STF mantém o inquérito em segredo de Justiça e nunca especificou publicamente quais são os fatos sob investigação.

Na portaria que determinou a abertura do inquérito, Toffoli cita como forma de justificar a medida “a existência de notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações” que “atingem a honorabilidade do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares”.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A Secretaria do Meio Ambiente recomenda à população gaúcha que fique atenta à espécie de peixe vendidas durante a Semana Santa
A decisão do ministro do Supremo Alexandre de Moraes de censurar uma revista aumenta a divisão entre os ministros da Corte
https://www.osul.com.br/o-inquerito-do-supremo-que-determinou-censura-a-duas-revistas-e-escalafobetico-e-teratologico-disse-o-lider-de-procuradores/ O inquérito do Supremo que determinou censura a duas publicações é “escalafobético e teratológico”, disse o líder de procuradores 2019-04-17
Deixe seu comentário
Pode te interessar