Quarta-feira, 15 de outubro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, prepara uma pesquisa sobre o uso do tempo das famílias brasileiras para descobrir como as pessoas dividem suas horas entre o trabalho, a educação, os deslocamentos e os afazeres domésticos

Compartilhe esta notícia:

Os primeiros resultados da coleta de dados devem ser divulgados em 2021. (Foto:Reprodução/ IBGE)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pretende colocar em campo, entre 2019 e 2020, uma pesquisa inédita sobre o uso do tempo das famílias brasileiras. O instituto quer saber como as pessoas dividem suas horas entre o trabalho, a educação, os deslocamentos e os afazeres domésticos. A pesquisa poderá resultar numa extensão do PIB (Produto Interno Bruto), chamada de Conta-Satélite das Famílias.

O levantamento permitirá descobrir como os brasileiros gastam seu tempo, em que local e mesmo com quem (sozinhos, como amigos ou parentes) e entender como esse uso pode variar em função de fatores como gênero, idade, cor e raça, nível de instrução, tipo de trabalho e tamanho da família.

O presidente do IBGE, Roberto Olinto, disse que a pesquisa vai preencher uma “lacuna” nas informações sobre as famílias. Segundo ele, o IBGE já conhece o trabalho e a habitação, por meio da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), e os hábitos de consumo e renda pela POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares).

“Vamos complementar o conjunto de informações hoje disponíveis. Por exemplo, vamos saber o tempo de traslado das pessoas para o trabalho, o que serve para orientar políticas públicas. Esse é um indicador de qualidade de vida. Entenderemos melhor o ócio, excesso de trabalho”, disse Olinto.

Por enquanto, a pesquisa está mais no campo das intenções: não há previsão orçamentária e cronograma detalhado. Segundo Olinto, o custo não seria “nenhum absurdo”. “O IBGE testou essa pesquisa anteriormente. Ela ainda não foi feita simplesmente porque nossa agenda está atolada de pesquisas.”

Com a pesquisa de uso do tempo, o instituto terá mais um insumo para lançar a chamada Conta-Satélite da Famílias. Essa conta vai usar dados também da POF e da Pnad Contínua para medir de forma mais detalhada o que as famílias produzem e consomem, além de informações complementares.

Segundo Olinto, a pesquisa de uso do tempo contribuiria para a ContaSatélite ao permitir medir o valor da produção de serviços das famílias para consumo próprio. Ou seja, o IBGE vai calcular um valor para o tempo que as pessoas dedicam aos afazeres domésticos, como cozinhar, limpar, passar e cuidar dos filhos.

Hoje, esse trabalho doméstico não remunerado não está inserido no PIB brasileiro – e nem estará após a elaboração da pesquisa, porque os padrões internacionais das Contas Nacionais não permitem somá-los. Olinto disse é difícil atribuir um valor aos afazeres domésticos.

“Eu sou professor universitário e ganho R$ 100 por dia. A babá que fica com o meu filho em casa ganha R$ 50 por dia. Quando eu estou em casa cuidando do meu filho, esse serviço doméstico vale quanto? Vale R$ 100, que é o custo do meu dia, ou R$ 50, que é o custo da babá? Existe uma grande discussão em torno disso”, afirmou o presidente do IBGE.

A economista Hildete Pereira de Melo, pesquisadora da UFF (Universidade Federal Fluminense), calculou o que chama de “PIB da vassoura”, considerando o salário médio das empregadas domésticas. Segundo ela, esses afazeres não remunerados valiam 11% do PIB em 2015, algo como R$ 634,3 bilhões.

Hildete reconhece, porém, que o resultado pode estar subestimado. Ela usou como base da conta dados do IBGE que colocam na mesma cesta trabalhos como limpeza, cozinha e cuidado com idosos. “Com a nova pesquisa do IBGE poderemos fazer essa conta com mais precisão” disse a pesquisadora.

Além da pesquisa de uso do tempo, o IBGE pretende incluir no calendário uma pesquisa sobre característica da vitimização. A intenção é colocar a pesquisa em campo em 2021. Esse levantamento, já realizado em 2009, traça o perfil socioeconômico das vítimas de roubo, furto, agressão física e tentativa de furto ou roubo, informou o IBGE. (AG)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

O deputado Jair Bolsonaro é um “líder de ódio”, diz a deputada Maria do Rosário ao Supremo Tribunal Federal
Carcereira pega três anos de cadeia por fazer sexo com detento
https://www.osul.com.br/o-instituto-brasileiro-de-geografia-e-estatistica-o-ibge-prepara-uma-pesquisa-sobre-o-uso-do-tempo-das-familias-brasileiras-para-descobrir-como-as-pessoas-dividem-suas-horas-entre-o-trabalho-educ/ O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, prepara uma pesquisa sobre o uso do tempo das famílias brasileiras para descobrir como as pessoas dividem suas horas entre o trabalho, a educação, os deslocamentos e os afazeres domésticos 2017-08-23
Deixe seu comentário
Pode te interessar