Domingo, 12 de outubro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo O Japão vê a tensão com a pandemia de coronavírus crescer, mas a rotina no país segue quase normal

Compartilhe esta notícia:

Em todo o Japão, 1.051 candidatos concorrem nas eleições para a câmara baixa do Parlamento. (Foto: Reprodução)

A convite do Jornal Folha de São Paulo, seis pessoas que moram na Ásia contam como a região está enfrentando a pandemia de coronavírus. Depoimentos de Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Tailândia, China e este, do Japão, descrevem os diferentes controles adotados pelos governos locais e como os moradores estão tentando manter a rotina sob as novas regras.

No mesmo dia em que foi confirmado o adiamento da Olimpíada de Tóquio, a província em que se localiza a capital japonesa assumiu a liderança do ranking de infectados pelo coronavírus no país. Desde então, vejo a tensão crescer, bem como o número de casos confirmados —só nesta semana, o aumento diário foi superior a 200 novos testes positivos para a Covid-19, fazendo o Japão ultrapassar, na sexta-feira (3), a marca de 3.000 infectados, segundo dados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. Ainda assim, de modo geral, a população tem levado uma vida aparentemente normal.

A exceção, ainda que comedida, é a região metropolitana de Tóquio, uma das maiores concentrações populacionais do mundo, onde 38 milhões de habitantes dividem uma área de 13.500 km² —equivalente a metade do estado de Alagoas. A governadora da província de Tóquio, Yuriko Koike, tem pedido à população que evite sair de casa sem necessidade. Mas isso não parece surtir tanto efeito no formigueiro humano da capital japonesa.

Na última semana de março, houve corrida a supermercados e farmácias, o que fez esvaziarem as prateleiras de alguns itens de higiene e de alimentação. Os estabelecimentos, no entanto, foram reabastecidos nos primeiros dias de abril e já não é raro encontrar tais produtos. O movimento nas linhas de trens e metrô, que costumam transportar 20 milhões de passageiros por dia na capital, diminuiu cerca de 30%, o que significa que ainda há muita gente circulando.

Bares, restaurantes, casas noturnas e centros de compras continuam em funcionamento —apenas eventos esportivos e o acesso a parques temáticos foram suspensos. A apreensão está no fato de que, a qualquer momento, o estado de emergência pode ser decretado. A província de Aichi, onde reside a maioria dos quase 210 mil brasileiros no Japão —incluindo eu—, é a terceira no ranking de casos de coronavírus no país. E, por aqui, a rotina também aparenta normalidade.

Na capital Nagoya e em outras cidades de Aichi, muitas pessoas usam máscara cirúrgica nas ruas e em estabelecimentos comerciais. Mas isso é rotina em qualquer primavera japonesa, período em que boa parte da população sofre com o kafunsho, a alergia ao pólen de um tipo de pinheiro comum no país.

A maior preocupação não parece ser a Covid-19, mas sim os reflexos da pandemia para a economia. O governo diz que a recessão será inevitável e já projeta uma crise semelhante ou pior que a de 2008/2009, quando o mundo sofreu um “efeito dominó” iniciado com a quebra do banco americano Lehman Brothers.

E, quando há crise econômica no Japão, os primeiros e mais afetados são os estrangeiros. Para os brasileiros, os dias turbulentos já chegaram. Algumas fábricas têm suspendido atividades e, por isso, muitos trabalhadores são forçados a ficar em casa. Os que ainda cumprem expediente perderam as horas extras.

O desemprego já começa a fazer vítimas, sobretudo nas empresas ligadas ao setor automobilístico. A maior esperança, para elas, é o pacote emergencial de subsídios que o governo japonês promete anunciar nos próximos dias. De qualquer forma, arrisco que dias difíceis estão por vir, independentemente do controle sobre a disseminação do coronavírus. O relato é do jornalista e escritor, Gilberto Yoshinaga, que vive há dois anos no Japão.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

“A queda da economia global será a maior já vista”, diz o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional
A França autorizou a realização de um teste com sangue de verme marinho em pacientes com coronavírus
https://www.osul.com.br/o-japao-ve-a-tensao-com-a-pandemia-de-coronavirus-crescer-mas-a-rotina-no-pais-segue-quase-normal/ O Japão vê a tensão com a pandemia de coronavírus crescer, mas a rotina no país segue quase normal 2020-04-05
Deixe seu comentário
Pode te interessar