Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de maio de 2017
O juiz federal Sérgio Moro atendeu a um pedido da força-tarefa da Operação Lava-Jato e ampliou a quebra de sigilo telefônico do ex-ministro Antonio Palocci para 13 anos, de janeiro de 2005 a abril deste ano. Agora, a medida abrangerá conversas da época em que ele foi ministro da Fazenda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de janeiro de 2003 a março de 2006.
Anteriormente, Moro havia levantado o segredo das ligações entre janeiro e dezembro de 2010, período no qual coordenou a campanha de Dilma Rousseff à Presidência. Moro atendeu a pedido da procuradoria do Paraná, que argumentou que houve troca de mensagens sobre reuniões de executivos da Odebrecht com Palocci.
O juiz também autorizou a quebra do sigilo telefônico de Rita de Cássia dos Santos, ex-secretária de Palocci que, conforme os investigadores, sabia das agendas do ex-ministro com diretores da empreiteira.
O ex-ministro está preso desde setembro do ano passado após a deflagração da 35ª fase da Operação Lava-Jato, a Omertà. A defesa de Palocci tenta revogar a prisão preventiva no STF (Supremo Tribunal Federal). Na quinta-feira, os advogados apresentaram um recurso com o objetivo de manter o julgamento do mérito do habeas corpus na Segunda Turma do STF, colegiado formado por cinco ministros que nos últimos dias libertou o pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-tesoureiro do Partido Progressista João Cláudio Genu e o ex-ministro José Dirceu, todos presos preventivamente na Lava-Jato. Após negar ontem liminar no HC de Palocci, o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, remeteu o julgamento ao plenário da Corte. Ele foi voto vencido nas análises dos pedidos de liberdade de Bumlai, Genu e Dirceu, todas decididas por 3 votos a 2.
O ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma é réu pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em dois processos conduzidos por Moro.