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Por Redação O Sul | 21 de maio de 2018
O mercado financeiro reduziu, com a pressão da alta do dólar, de 2,51% para 2,50%, a sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2018, de acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (21) pelo BC (Banco Central).
A revisão ocorreu após o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), uma espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado pela autoridade monetária na semana passada, apontar que a economia registrou retração de 0,13% no primeiro trimestre deste ano. O recuo entre janeiro e março foi verificado na comparação com o quarto trimestre de 2017. Os dados foram calculados após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano.
Os números oficiais do PIB do primeiro trimestre serão divulgados no dia 30 de maio. Para 2019, a previsão do mercado financeiro para a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil permaneceu em 3%.
Inflação e juros
A expectativa do mercado para a inflação em 2018 avançou de 3,45% para 3,50%. O percentual esperado pelos analistas continua abaixo da meta que o Banco Central precisa perseguir para a inflação neste ano, que é de 4,5%. Entretanto, está dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema, que considera que a meta terá sido cumprida se o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficar entre 3% e 6%.
As metas de inflação são fixadas todos os anos pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-las, o Banco Central eleva ou reduz a Selic (taxa básica de juros da economia brasileira).
Os analistas do mercado mantiveram em 6,25% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2018. Na semana passada, o BC contrariou as expectativas do mercado e manteve a taxa em 6,50% ao ano. A decisão da autoridade monetária de manter os juros estáveis, após 12 cortes seguidos, ocorreu em meio à disparada da cotação do dólar, que deve encarecer os produtos importados e, consequentemente, pressionar a inflação para cima.
Para 2019, o mercado financeiro subiu a sua expectativa de inflação de 4% para 4,01%. A meta central do próximo ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%. Já a estimativa para a Selic continuou em 8% ao ano. Desse modo, os analistas seguem prevendo alta dos juros no ano que vem.
Câmbio
Na edição desta semana do Boletim Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,40 para R$ 3,43 por dólar. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,40 para R$ 3,45 por dólar.
A projeção do boletim Focus para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2018 subiu de US$ 55,6 bilhões para US$ 56,1 bilhões de resultado positivo.
Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit cresceu de US$ 46 bilhões para US$ 47,6 bilhões. A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2018, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2019, a estimativa dos analistas ficou estável em US$ 80 bilhões.