Domingo, 26 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2021
O Ministério da Saúde informou em nota que conseguiu obter cilindros de oxigênio para manter 61 bebês prematuros por mais 48 horas em leitos de UTIs em Manaus (AM). A medida atende a uma solicitação do governo do Amazonas, que nesta sexta-feira (15) chegou a iniciar negociações com a pasta para realizar a transferência das crianças para outros Estados.
No mesmo documento, o ministério informa que vai “continuar monitorando a situação desses bebês e segue unindo esforços para conseguir mais balas de oxigênio para que os prematuros não precisem ser transferidos para outros Estados”.
Em negociações com Estados e municípios, a pasta já conseguiu 56 leitos de UTI para receber os recém-nascidos: e poderão receber os recém-nascidos, caso seja necessário: 25 em Curitiba (PR), 11 em Vitória (ES), 9 em Imperatriz (MA), 4 em Salvador (BA), 3 Feira de Santana (BA), 1 em Ariquemes (RO) e 3 no município de Macapá (AM).
A nota também diz que o governo federal “irá prestar apoio em todo o processo logístico de remoção (…) para que, caso ocorra a transferência, ela seja feita de forma segura e rápida”.
Ainda na manhã desta sexta-feira, um carregamento com outros 100 cilindros de oxigênio destinados ao interior do Amazonas chegou a Manaus. A carga foi conduzida para o Patrimônio do Estado, de onde foi imediatamente embarcada para ser distribuída em 15 municípios.
Colapso
Manaus vive uma crise sem precedentes com o avanço dos casos de Covid-19. Com internações batendo recordes, unidades de saúde ficaram sem oxigênio. O Estado está sendo obrigado a enviar pacientes para outros Estados.
Os cemitérios também estão lotados, ampliaram o horário de funcionamento e instalaram câmaras frigoríficas. Para tentar frear o vírus, o governo estadual decidiu proibir a circulação de pessoas entre 19h e 6h em Manaus.
A média móvel de mortes cresceu 183% no Amazonas nos últimos 7 dias.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, visitou o Amazonas nesta semana e afirmou que Manaus é “prioridade nacional neste momento”.
Na terça-feira (15), a Fiocruz divulgou que uma nova variante do coronavírus que causa a covid-19 foi encontrada no Amazonas. Trata-se da mesma variante que chegou ao Japão após viajantes passarem pelo Estado.
Uma das razões para o colapso do sistema de saúde é o consumo de oxigênio por pacientes de leitos clínicos, segundo o Coronel Franco Duarte, representante do Ministério da Saúde.
“Aquele paciente que não está no leito de UTI é o que consome mais, porque ele fica ao lado do regulador de oxigênio. A sensação é de falta de ar, e você abrindo o acesso ao oxigênio, você tem a sensação de bem-estar, mas, em contrapartida, aumenta muito essa demanda”, disse Duarte.