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Brasil O Ministério Público do Estado de Goiás estuda interditar o centro espírita de João de Deus: Crianças estariam entre as vítimas de abuso sexual do médico

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O médium João de Deus durante atendimento em Abadiânia. (Foto: Reprodução)

O MP (Ministério Público) do Estado de Goiás estuda interditar a Casa de Dom Inácio de Loyola, centro espiritual onde o médium João Teixeira de Farias, conhecido mundialmente como João de Deus, atende semanalmente milhares de fiéis. Como revelaram o jornal O Globo e o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, mulheres acusaram o médium de abusos sexuais que teriam acontecido dentro do centro espiritual, localizado na pequena cidade de Abadiânia, no Interior de Goiás.

O promotor Luciano Miranda Meirelles, coordenador do Centro de Apoio Criminal do MP de Goiás, afirmou que João de Deus será convocado para prestar depoimento assim que o órgão começar a coletar os primeiros depoimentos das vítimas.

Na manhã desta segunda-feira (10), o Ministério Público em Goiás formalizou a criação de uma força-tarefa, composta por quatro promotores e dois psicólogos, para investigar as denúncias de abuso sexual que estão chegando de diversas partes do Brasil e do Mundo contra o líder religioso. Ainda de acordo com o MP, toda investigação será concentrada na força-tarefa.

“Sabemos inclusive que há vítimas no Brasil inteiro e fora do país. Não vai ser necessário que elas venham até Goiás, elas podem procurar o MP nas suas localidades. Após a reportagem a gente se organizou e montou uma força-tarefa. Passamos o fim de semana analisando como ela funcionaria.

De acordo com o MP, Ministério Públicos de diversos Estados do país irão colaborar com as investigações. Em pelo menos dois estados, Minas Gerais e São Paulo, vítimas procuraram o ministério público logo após os casos de outras mulheres terem vindo à tona por meio de reportagem da TV Globo e do Jornal O Globo. Já há depoimentos marcados, nesses estados, para acontecer nesta terça-feira, segundo o MP.

“Estamos recebendo a informação que depoimentos foram agendados em outros estados. Já há depoimentos marcados para amanhã. Esperamos que isso vai servir para que as vítimas procurem o MP. Elas são as vítimas, elas não são culpadas. Sei que há medo, há temor em crimes dessa natureza. Mas o ministério público vai dar proteção que for necessário”, completou o promotor.

A promotora Patrícia Otoni, que também irá compor a força-tarefa, destaca que um e-mail sigiloso foi criado especificamente (denuncias@mpgo.mp.br) para receber as denúncias. Somente os promotores da força-tarefa terão acesso a esses e-mails, para garantir a preservação da identidade das vítimas.

“Em crimes desse tipo, as vítimas demoram um tempo até ter coragem de denunciar. É importante que elas se sintam encorajadas para denunciar. Nós montamos essa força-tarefa para ampará-las nesse depoimento, e para que elas possam se sentir seguras, para que os crimes sejam apurados. Estamos em contato com promotores do Brasil inteiro”, explicou.

Luciano ressaltou que o depoimento das vítimas, em casos como este, são tratados pelo MP com sobrevalor.

“Estupro não é um crime que acontece a luz do dia. O depoimento da vítima tem sobrevalor, então não tem porque a gente duvidar das mulheres. Elas não vêm aqui a troco de nada. O depoimento da vítima pode ser o único meio para levar à condenação.”

Segundo o MP de Goiás, desde quando as reportagens da Rede Globo foram veiculadas, o telefone do órgão não parou de tocar. “As vítimas estão ligando de todo o país. Se for necessário, podemos aumentar o tamanho da força-tarefa para dar conta do trabalho”, completou Patrícia.

Crianças e adolescentes

Entre as vítimas de abuso sexual do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, estariam crianças e adolescentes. Um dos casos, – ocorrido na Casa de Inácio de Loyola em Abadiânia (GO), onde o médium atendia, – é o de uma jovem, que diz ter sido violentada pelo menos dez vezes quando tinha apenas 11 anos. O relato foi mostrado pelo programa “Fantástico”.

“Ele pediu para eu colocar a mão para trás e eu senti uma coisa estranha e comecei a chorar e disse: ‘O que é isso?’. Ele falou: ‘É o que vai te curar’. Aí, ele veio na minha frente e fez o que fez comigo. Tudo o que você pode imaginar”, disse a mulher hoje com 41 anos. A ameaça, segundo ela, era tanto física quanto psicológica. “Fica de costas, fecha os olhos e não abra em hipótese alguma. Se você abrir, vai ficar cega, porque a luz é muito forte”.

“Eu falava o tempo todo: ‘Quero a minha mãe. Tá doendo’. E ele mandava eu ficar quieta: ‘Fica quieta, senão eu mato a sua família’”, lembra ela, chorando.

Ao todo, 25 vítimas procuraram o “Fantástico” para relatar abusos sofridos. Segundo elas, os crimes ocorriam desde a década de 1980. Uma delas revela ter sido vítima de João de Deus, quando tinha 15 anos.

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