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Brasil O Ministério Público Federal quer ouvir Lula, Dilma e Guido Mantega sobre as contas no exterior de Joesley Batista, um dos donos da JBS/Friboi

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Dono do grupo J&F disse ter transferido US$ 150 milhões no exterior para campanhas de Lula e Dilma. (Foto: Roberto Stuckert Filho)

A Procuradoria da República do Distrito Federal vai convocar os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, para ouvi-los sobre duas contas no exterior que o empresário Joesley Batista disse ter utilizado para destinar dinheiro aos petistas.

Em depoimentos ao Ministério Público, o dono do grupo J&F disse que transferiu, ao todo, US$ 150 milhões para as contas no exterior, a mando de Guido Mantega. Deste valor, o empresário disse que US$ 70 milhões foram destinados a Lula e mais US$ 80 milhões em benefício de Dilma.

Antes dos depoimentos dos três, Ministério Público e Polícia Federal determinaram que Joesley Batista entregue comprovantes das movimentações que ele diz ter feito e documentos que atestem a existência das contas.

Em novo depoimento, na semana passada, Joesley Batista deu detalhes sobre as movimentações. Ele disse que as negociações com Guido Mantega começaram em 2009.

O empresário disse ao MP que, antes, tratava de “esquemas” dentro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com o empresário Victor Sandri, que atua no setor de cimentos e que, segundo ele, negociava em nome de Mantega. Mas afirmou que não queria mais tratar dos assuntos no banco com ele e que decidiu procurar o ex-ministro.

“‘Tomei a liberdade de vir direto aqui, falar contigo [Mantega] e tal, enfim. Eu não sei o quanto o senhor sabe dos assuntos, do não sei o que e queria saber se posso tratar direto contigo’. Aí, ele me demonstrou que eu poderia continuar a conversa com ele”, afirmou Joesley aos procuradores.

“Eu disse: ‘Olha, eu não sei se funciona pra ti e tal, mas de repente a gente podia fazer uns acordos direto aqui. Eu não sei como eu poderia pagar, porque no caso do Victor, eu pagava o Victor. Se a gente tratar direto, de repente o senhor me indica alguém, outra pessoa, como é que faz’. Foi onde ele disse: ‘Não. Tudo bem, vamos fazer assim e o dinheiro fica contigo. Você fica… Eu confio em você’. Pronto”, complementou.

Logo em seguida, ele foi questionado sobre um procurador: “Ou seja, ele ia utilizar [o dinheiro] quando quisesse, ele ia solicitar?”.

“Isso. Exatamente. Mas eu ficando lá de fiel depositário lá, na minha conta”, explicou Joesley.

O empresário disse, então, que passou a pagar propina em uma conta em seu nome no exterior, e que o dinheiro seria para atender às demandas ditadas por Mantega.

Antes do acerto com Mantega, Joesley narrou que tinha um percentual combinado de propina com Victor Sandri. No caso do ex-ministro, o empresário disse que o valor da propina seria acertado negócio a negócio.

“Eu não sabia qual era o acordo do Victor com ele [Mantega]. Continuou, mas assim, eu, pra não, pra não gerar polêmica entre os dois, entendeu, eu disse assim: ‘Ministro, e a questão de percentual, como é que a gente faz e tal?’. Aí ele também falou: ‘uai, não, não sei, que que você acha?’. Eu falei: ‘vamo vendo’. Aliás, ele que me falou: ‘vamo vendo negócio a negócio’. Aí eu também achei bom que eu não precisei falar de valor, ele falou negócio a negócio, tudo bem. Aí foi assim”, explicou.

O empresário afirmou que em 2011, depois da eleição de Dilma Rousseff, Mantega determinou a ele que abrisse uma segunda conta no exterior. Até aquele momento, o dinheiro que já havia sido repassado por Joesley seria associado a lula. Daí em diante, explicou, seria associado a Dilma.

O empresário disse ainda que entregava todos os extratos de movimentações nas contas para Guido Mantega e que um dia perguntou ao ex-ministro se não seria melhor rasgar os comprovantes, para não deixar provas contra eles.

Reuniões com Dilma e Lula

No depoimento, Joesley também narrou encontros que teve com Lula e Dilma, nos quais, segundo ele, falou sobre o dinheiro de propina que era movimentado no exterior para as campanhas petistas.

Ele já havia falado sobre as reuniões em outros depoimentos. A reunião com Dilma, segundo ele, ocorreu em 2014, após um pedido do PT de uma doação de R$ 30 milhões ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que estava em campanha para o governo estadual. (AG)

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