Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2018
O presidente Michel Temer disse, em reunião com ministros, que fará uma transição “muito tranquila” com o seu sucessor. “Essa transição já está sendo equacionada, muitos dados já foram formalizados pelas várias áreas do governo”, disse na reunião. Segundo Temer, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, será responsável por concentrar o diálogo do Planalto com a equipe escolhida pelo próximo presidente.
“Eu pretendo centralizar essa missão na figura do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Acho que se nós falarmos muito esparsamente pode ocorrer algum equívoco que será prejudicial ao novo governo”, explicou.
Ele disse ainda que a centralização será “fundamental” para assegurar um diálogo produtivo com a nova gestão e que todos os demais ministros devem repassar as informações para Padilha, que já iniciou as reuniões com os outros ministros para a elaboração final dos documentos da transição.
Estavam presentes no encontro os ministros Eduardo Guardia (Fazenda); Moreira Franco (Minas e Energia); Gustavo do Vale Rocha (Direitos Humanos); Ronaldo Fonseca (Secretária-Geral); e Carlos Marun (Secretaria de Governo).
Temer ponderou que a transição será executada em definitivo quando o presidente eleito indicar os seus representantes, após o resultado do segundo turno da eleição presidencial, que acontece no próximo domingo (28).
Buscando espaço
Quadros do corpo técnico do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e da EPL (Empresa de Planejamento e Logística) cooperam com o grupo liderado por generais da reserva, na expectativa de terem mais espaço em um futuro governo.
Há também movimentos de políticos na mesma direção. O ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, e o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, ambos do PSD, jantaram dias atrás com Onyx Lorenzoni. O ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) também já conversou sobre a área com o coordenador político de Bolsonaro, que mantém a cautela.
“Não, eu não falo em transição. Nós temos que manter o foco e humildade. Nossa equipe é humilde para manter o foco. Nós estamos olhando para o domingo. Depois, de segunda a terça feira a gente começa a falar em transição autorizados por eles, ó (aponta os manifestantes nas rua), que é quem importa: a população brasileira”, disse Lorenzoni.
O gabinete de transição será instalado no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil) de Brasília, em um espaço que estava vazio. A área reservada para a transição governamental tem 2.500 metros quadrados, mais de 20 salas, além do gabinete presidencial, e capacidade para receber 250 pessoas.
As obras no local duraram cerca de dois meses. O espaço e os móveis foram fornecidos pelo Banco do Brasil, que cederá o local para o governo e, portanto, não irá cobrar aluguel. Haverá, no entanto, rateio das contas de luz e água enquanto durar o processo.
“Faremos uma transição muito tranquila em relação ao novo presidente da República”, disse o presidente Temer, que afirmou que a ideia de centralizar as atividades em Padilha é evitar “equívocos” que possam prejudicar o próximo ocupante do Palácio do Planalto:
“Essa centralização é fundamental para que haja um diálogo muito produtivo entre aqueles que chegam ao governo e aqueles que dele sairão. Portanto, mais uma vez, o Padilha ficará às ordens para receber colaborações daqueles que governarão o País a partir do ano que vem.”
Por lei, a equipe de transição é composta por 50 pessoas a serem escolhidas pelo novo presidente da República. Os chamados CETG (Cargos Especiais de Transição Governamental) são criados no segundo dia útil depois da eleição e devem ser dissolvidos em até dez dias após a posse do novo presidente, quando obrigatoriamente todos esses integrantes são exonerados.
Aliados dizem que, se eleito, Bolsonaro quer ir a Brasília fazer a transição. A partir de 12 de dezembro, ele poderá fazer a cirurgia de reversão da colostomia, necessária após a facada que o candidato recebeu em 6 de setembro.
O cirurgião Antonio Luiz Macedo, chefe da equipe médica que cuida do candidato, afirmou que a recuperação é de cerca de duas semanas. Caberá ao próprio Bolsonaro a decisão sobre operar antes ou depois da posse, caso ele vença a disputa.