Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2018
Na ausência de quadros viáveis no Ministério do Trabalho, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, assume de forma interina o comando da pasta. Helton Yomura pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (5), após ter sido afastado do posto pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal). Yomura foi alvo da terceira fase da Operação Registro Espúrio, que investiga fraudes na concessão de registros sindicais.
A decisão foi acertada entre Padilha e o presidente Michel Temer na noite desta quinta, logo antes de o ministro, um dos mais próximos aliados de Temer, viajar para Porto Alegre. Padilha vai acumular os dois ministérios até que o presidente defina um novo nome para a pasta. Além da demissão de Yomura, o ex-secretário-executivo Leonardo Arantes foi preso na primeira fase de operação, no final de maio.
A nomeação de Padilha para o comando interino do Trabalho já foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União desta quinta.
Mais cedo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, se reuniu com o o líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO) para discutir a sucessão de Yomura. Jovair também é um dos alvos da Operação Registro Espúrio, que investiga fraudes na concessão de registros sindicais. Além disso, dois sobrinhos dele foram presos na operação.
O ministro disse que Jovair se colocou à disposição do governo para que Temer faça o que quiser em relação a Yomura.
“Estive realmente com o líder Jovair, troquei ideias a respeito dessa questão (da substituição do ministro do Trabalho), e como não poderia ser diferente, o líder Jovair coloca posição da bancada de apoio a qualquer decisão que venha a ser tomada pelo senhor presidente”, disse o ministro.
De acordo com a Polícia Federal, Yomura agiria como “testa de ferro” dos interesses da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) e de seu pai, o ex-deputado Roberto Jefferson. Brasil foi impedida de assumir a pasta no início do ano, após a revelação de que fora processada por ex-funcionários na Justiça do Trabalho e que utilizava contas de uma outra funcionaria para realizar o pagamento de suas condenações.
Ainda segundo a PF, Yomura representaria os interesses da alta cúpula do PTB no ministério e agia ativamente para realizar e coordenar os desvios na pasta. Como revelado pelo jornal O Globo, Jefferson e Brasil teriam orientado uma ONG que prestava serviços à Secretaria de Administração Penitenciária a fraudar os requisitos necessários para conseguir o registro sindical no Ministério do Trabalho.