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Por Redação O Sul | 22 de agosto de 2020
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou o primeiro resultado positivo no mercado de trabalho formal desde a chegada da pandemia de covid-19 no País.
Depois de quatro meses no vermelho, houve a abertura líquida de 131.010 empregos com carteira assinada em julho, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia.
“A criação de vagas de empregos em julho é notícia extraordinária e mostra que retomamos ritmo de criação de empregos. O resultado do Caged confirma a nossa hipótese de trabalho de que Brasil iria cair menos do que era previsto pelo mercado. As revisões das projeções estão confirmando que PIB brasileiro deve cair cerca de 4% neste ano”, afirmou.
Guedes destacou que o resultado de julho decorreu de 1,043 milhão de admissões e 912.640 demissões. “O número de contratações e os dados sobre o consumo têm saído com padrão semelhante. A queda da atividade foi abrupta, retorno da economia é mais lento mas é seguro. O desempenho do Caged é um sinal de que economia pode ter mesmo recuperação em ‘V’”, completou.
O ministro confirmou ainda que o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) será renovado por mais dois meses. Ele destacou os 16 milhões de acordos celebrados no programa que permite a suspensão de contratos ou a redução de salários e jornada de trabalho.
“O BEm foi o programa mais efetivo do governo em termos de gastos, custando pouco mais de R$ 20 bilhões até agora, para preservar mais de 16 milhões de empregos. Por isso vamos estender o BEm por mais dois meses para continuar a preservar empregos na retomada”, anunciou.
Guedes prometeu ainda que o governo anunciará nesta terça-feira o novo programa social do governo, o Renda Brasil, além do relançamento do contrato de emprego Verde Amarelo com novas regras.
Resultado
O resultado de julho decorreu de 1,043 milhão de admissões e 912.640 demissões. O volume representa um acréscimo de 14% nas contratações e uma queda de 2% nos desligamentos em relação a junho.
A maior parte do mercado financeiro já esperava uma retomada do emprego no mês passado. O desempenho do Caged em julho, porém, veio melhor que o intervalo das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de fechamento líquido de 20.789 vagas a criação de 91.389 vagas em julho, com mediana positiva em de 25 mil postos de trabalho.
Em junho deste ano, a perda havia sido de 19.579 postos de trabalho. Os piores meses para o Caged na pandemia foram março, com perda de 263.177 vagas, abril, com a destruição de 927.598 empregos formais, e maio, com a demissão líquida de 355.933 trabalhadores.
Os dados dos meses anteriores foram atualizados pela pasta. Mesmo com a recuperação de julho, a perda líquida de empregos para a pandemia ainda é de 1,435 milhão vagas desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo Brasil, em março.
No acumulado do ano até julho, o saldo do Caged ainda ficou negativo em 1,092 milhão de vagas, o pior desempenho para o período na série histórica disponibilizada pelo ministério (2002).