Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de abril de 2019
O ministro da Economia, Paulo Guedes, estima que em no máximo 60 dias serão tomadas medidas para reduzir o preço do gás natural pela metade, “em benefício dos mais pobres”.
Ao lado do economista Carlos Langoni, após mais uma reunião sobre o assunto no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (26), Guedes garantiu que vai vencer a resistência da Petrobras, com o apoio do presidente da estatal, Roberto Castello Branco.
“A ideia é levar para as famílias brasileiras pela metade do preço. Reindustrializar o País com energia barata é muito atraente para nós”, disse Guedes em entrevista em frente ao Ministério da Economia.
O titular da pasta afirmou que até mesmo um consultor que mandou para a Petrobrás durante a campanha eleitoral foi cooptado pela burocracia da empresa e apresentou um plano de quatro anos para reduzir o preço do gás.
“São medidas muito simples, de uma simplicidade franciscana”, disse Langoni, afirmando que as medidas envolvem a ANP e o Cade.
Segundo Guedes, já na próxima segunda-feira (29), fará reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para acelerar o projeto.
Monopólio e roubalheira
No início do mês, durante a Marcha dos Prefeitos, em Brasília, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia prometido que, em dois anos, o preço do gás de cozinha vai cair pela metade. Para isso, segundo ele, é preciso acabar com o “monopólio” do refino de petróleo, hoje nas mãos da Petrobras, e no setor de distribuição.
“Vamos quebrar monopólio e baixar preço do gás e do petróleo com competição e redução da roubalheira”, disse Guedes na ocasião. “O botijão de gás chegará à casa do brasileiro com a metade do preço daqui a dois anos. Hoje o gás no Brasil é mais caro do que nos países que não têm gás por conta de monopólio”, acrescentou.
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigas), seis empresas respondem por quase 90% do mercado de distribuição.
De acordo com o ministro, o preço no Brasil do chamado BTU (unidade de medida do gás), é de US$ 12. Nos EUA, que têm produção de gás própria, o preço é de US$ 3. Já em países que não produzem e importam do mercado russo, como Japão e na Europa, é de US$ 7.
O novo plano do governo federal de socorro aos Estados terá como uma das contrapartidas de acesso ao auxílio financeiro a abertura do mercado de distribuição de gás pelos governos estaduais. A medida faz parte da estratégia de Guedes para promover um “choque de energia barata” e ampliar os investimentos e empregos no País.
Uma das condições que serão colocadas à mesa para que governadores entrem no plano é a abertura do mercado. Hoje, governos regionais, que têm agências reguladoras estaduais, impedem que empresas privadas acessem os dutos de distribuição estaduais, o que acaba configurando um “monopólio”.