Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de julho de 2019
O ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs na quinta-feira (25), em Manaus, que o Brasil estude uma forma de negociar com outros países a propriedade sobre a produção do oxigênio da Amazônia. Ele defendeu a criação de uma Bolsa mundial de oxigênio. Já o presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, declarou que a Região Amazônica é a “mais rica do planeta” e pode ser a “alma econômica” do Brasil. As informações são do jornal O Globo.
Queremos saber se os americanos reconhecem o direito de propriedade de oxigênio. Nós produzimos oxigênio para o mundo — afirmou o ministro, durante reunião do Conselho de Administração da Suframa (Superintendência Regional da Zona Franca de Manaus).
Estados Unidos parceiros em negociação
Guedes citou os EUA como parceiros nessa negociação, o que, segundo ele, colocaria o Brasil em “outro nível”:
“Nós brasileiros somos parceiros naturais dos americanos, mas queremos saber se eles reconhecem o direito de propriedade ao oxigênio que nós produzimos.”
Em outro evento, o presidente também ressaltou as vantagens da região:
“Temos biodiversidade, riquezas minerais, água potável, grandes espaços vazios, áreas turísticas inimagináveis, para alavancar nossa economia partindo daqui”, afirmou Bolsonaro, ao receber homenagem em um colégio militar em Manaus. “Ao casar desenvolvimento com preservação ambiental, nós seremos a alma econômica do Brasil.”
Alternativas econômicas
Paulo Guedes, ao ser perguntado sobre alternativas econômicas para a região, afirmou:
“Tendo toda essa riqueza, vamos viver só de diferenças de impostos?”, disse, em referência ao modelo da Zona Franca de Manaus. “Com inteligência, podemos criar riquezas com a preservação da Amazônia. Há coisas aqui que ninguém tem mais condições de fazer.”
Segundo o ministro, o governo quer que Manaus seja “um centro mundial de sustentabilidade e biodiversidade”. Ele disse ainda que a Amazônia teria prioridade no desenvolvimento sustentável, mas ressaltou que o governo tem de dar atenção a todas as regiões:
“O ideal seria que o Brasil fosse uma enorme zona franca, com impostos baixos.”
Há três meses, Guedes afirmou, em entrevista à Globonews, que não iria comprometer o País por causa dos incentivos à Zona Franca de Manaus e defendeu que a região busque alternativas econômicas.
Dados sobre o desmatamento
Bolsonaro voltou a questionar os dados sobre desmatamento da Amazônia. Depois de criticar, na semana passada, os estudos divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e questionar a atuação de seu diretor, Ricardo Magnus Osório Galvão , ele disse na quinta que dados sobre questões ambientais “por vezes mentem e são exagerados”.
“Nós duvidamos que os dados sejam verdadeiros. Essa decisão de checar os dados estão nas mãos dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes . Não temos medo das verdades. Dados jogados pra cima para fazer onda e oba-oba não procedem. Não podemos admitir isso”, afirmou