Quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2019
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (25) que há “problema de comunicação” na articulação para a aprovação da reforma da Previdência. Paulo Guedes deu a declaração ao participar de um encontro com prefeitos em Brasília e não fez referência a um caso específico.
Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passaram a manifestar publicamente divergências sobre a quem cabe a articulação. Para Rodrigo Maia, o governo não pode “terceirizar” a articulação, enquanto Bolsonaro diz que a responsabilidade sobre a aprovação da reforma é do Congresso.
“Está havendo um natural problema de comunicação, mas todos nós sabemos que as principais lideranças sabem o tamanho do desafio. Sabem a responsabilidade do que têm que fazer. Nominalmente, o presidente Bolsonaro sabe que a reforma da Previdência é uma reforma difícil, mas que vai libertar as futuras gerações”, afirmou Guedes nesta segunda-feira.
Segundo noticiou o site do jornal O Globo, Rodrigo Maia decidiu deixar a articulação da reforma da Previdência por ter ficado insatisfeito com críticas feitas a ele pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. Maia disse que “daqui para frente” a responsabilidade da articulação passou a ser do governo. Ao comentar o assunto, durante uma viagem ao Chile, Bolsonaro disse na última sexta-feira (22) que não deu motivo para Rodrigo Maia agir assim. Bolsonaro disse nesta segunda-feira a um grupo de ministros que o momento é de “foco na pacificação e na Previdência”.
“Rosto colado”
Ao discursar no encontro com prefeitos e defender a aprovação da reforma, Paulo Guedes ainda afirmou que os eventuais problemas de comunicação entre as principais lideranças políticas vão ser superados. Acrescentou, em seguida, ser natural o presidente Jair Bolsonaro não querer “dançar de rosto colado”.
“As principais lideranças políticas vão superar eventuais problemas de comunicação. É natural um presidente que está chegando falar: ‘Espera aí, eu não quero dançar de rosto colado, não, porque está uma confusão danada ai dentro’. Aí, o par que tem que dançar com ele e falar: ‘Tudo bem, mas pelo menos dançar comigo você tem. Pode não colar o rosto, mas tem que dançar’. Nós vamos ter que conversar sobre isso”, declarou o ministro.
“Distensionamento”
Presente ao mesmo evento, o secretário de Previdência, Rogério Marinho, afirmou avaliar que a ida do ministro Paulo Guedes nesta terça-feira (26) ao Congresso servirá para “distensionar” o ambiente em torno da reforma da Previdência. Para o secretário, Bolsonaro tem utilizado os canais que considera “eficientes e de fácil comunicação” com a população para defender a reforma.