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Brasil O ministro da Educação busca deputados e filhos de Bolsonaro para se manter no cargo

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Weintraub publicou em seu Twitter um post satirizando o modo de falar dos chineses. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Segundo funcionários do Ministério da Educação (MEC), o sorriso irônico que Abraham Weintraub exibia no início de sua gestão deu lugar a uma fisionomia tensa. O ministro, criticado em meio a falhas no Enem e no vazamento da lista do Sisu, tem passado boa parte do tempo na busca de apoio para continuar no cargo. A avalanche de reclamações e a pressão pela sua demissão fez cair por terra o estilo autoconfiante de outrora.

As informações são da coluna de Chico Alves, do portal UOL.

Enquanto Weintraub tenta neutralizar os ataques contra si, que partem inclusive de seus próprios colegas de governo, a gestão do ministério, que já era confusa, fica cada vez mais errática. Várias diretrizes que deveriam ter sido dadas em 2019 para este ano não foram traçadas e os estados e municípios vão voltar às aulas sem definições importantes em temas como repasses de verbas para matrícula e merenda, por exemplo.

Outro caso que ilustra a balbúrdia reinante no MEC é a desorientação da Secretaria de Ensino Superior, cujo responsável, Arnaldo Lima Junior, pediu demissão esta semana.

Duas iniciativas que Lima Junior identifica como as principais de sua gestão, o Future-se (plano que abre espaço para participação da iniciativa privada nas universidades federais) e a nova carteirinha estudantil, podem ficar sem efeito porque foram anunciadas antes da aprovação no Congresso.

Busca de apoio

Weintraub tenta se garantir no cargo como pode. Apela à ala bolsonarista do PSL e outros partidos governistas. Na terça-feira, quando esteve em São José dos Campos (SP) para visitar obras do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, dedicou parte do tempo a uma reunião com deputados estaduais e pediu que eles expressassem apoio nas redes sociais.

Seu principal trunfo para tentar resistir são os filhos do presidente, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro, graças a seu alinhamento às ideias de Olavo de Carvalho. Para defender o ministro, Eduardo chegou a dizer à revista Época que “o Enem foi um sucesso”.

O mote da defesa é de que Weintraub estaria sendo vítima de uma trama delirante urdida pelos inimigos. “Gostaria de agradecer a todos vocês que estão me defendendo da campanha difamatória e mentirosa comandada por famílias oligarcas e por grupos de esquerda”, tuitou o ministro, na quinta-feira (30).

Outro ponto que dá sobrevida ao responsável pelo MEC é a reconhecida aversão de Jair Bolsonaro em demitir quem é criticado pela imprensa e pelos opositores.

Simplesmente por não querer admitir que deu o braço a torcer. “Quanto mais batem, mais o presidente resiste em demitir”, diz o deputado Delegado Waldir (PSL-GO). “Quanto mais Weintraub dançar na chuva, mais forte ele fica”. Uma prova disso foi a postagem feita na noite de ontem por Bolsonaro. No Twitter, o presidente desejou “boa noite a todos!”, com uma foto ao lado do ministro da Educação.

Enquanto o ministro permanece, assuntos prioritários do MEC ficam sem definição. Weintraub não participou da discussão sobre Fundeb, travada durante todo o ano passado. O Congresso precisa aprovar as diretrizes para o fundo, que vai garantir recursos para a educação básica em 2021.

O ministro anunciou que não gostou do texto que está sendo costurado pela relatora do tema, deputada Professora Dorinha (DEM-TO), e vai enviar nova proposta a deputados e senadores, o que poderia fazer estourar o prazo e inviabilizar o fundo. “Como ele pode ser contra uma coisa que não existe? Eu nem apresentei o texto ainda”, questiona a relatora. “Vamos votar sem contar com o.ministro, porque ele não se interessa pelo tema”.

Prazer na agressão

Em seu terceiro mandato, sempre tendo a educação como prioridade, Professora Dorinha diz que Weintraub não tem concepção pedagógica e levou para o ministério uma equipe que não é do ramo. “Falta ao ministro conhecimento da educação no Brasil. Ele não conhece e não faz questão de conhecer”, diz a deputada. “Além disso, parece que tem prazer em estabelecer relações a partir de um patamar de agressão”.

Secretários estaduais e municipais reclamam da falta de acesso ao ministro para tratar de problemas urgentes, não há interlocução com entidades da sociedade civil e funcionários de carreira do MEC estão perplexos com tanta desorganização administrativa. Enquanto isso, boa parte da energia de Weintraub está sendo gasta para manter-se no cargo.

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