Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2018
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, entregou nesta quarta-feira (3) carta de demissão ao presidente Michel Temer, em reunião no Palácio do Planalto. Ele anunciou a decisão por meio das redes sociais. Na carta, Pereira explica que deixa a pasta para se dedicar a questões pessoais e partidárias. O Palácio do Planalto não comentou o pedido de demissão.
Marcos Pereira é presidente licenciado do PRB e pode disputar cargo eletivo na próxima eleição.
Essa é a segunda baixa no ministério do presidente Temer em menos de 10 dias. Na semana passada, Ronaldo Nogueira deixou o comando do Ministério do Trabalho também para se candidatar nas eleições. Nos últimos dias, o presidente Temer tem conversado com integrantes do PTB em busca de um nome para assumir o Ministério do Trabalho.
Balanço
Na carta de três páginas, Marcos Pereira faz um balanço das ações de sua gestão no ministério, iniciada em maio de 2016. Ele registra que “assumimos um governo falido, despedaçado, com todos os índices econômicos negativos e sem perspectiva de melhora de vida” e que o governo enfrentou os desafios e o País “encontrou seu curso novamente”.
Caros amigos, colegas do PRB, povo brasileiro: entreguei hoje ao presidente Michel Temer meu pedido de demissão do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Cumpri com muita dedicação esta missão que me honrou muito. Abaixo segue a íntegra da carta. pic.twitter.com/iKNjPfXRQj
— Marcos Pereira (@marcospereira04) January 3, 2018
Pereira finaliza o texto dizendo que espera ter honrado o setor produtivo brasileiro e seu partido, o PRB, e agradece a confiança do presidente Temer. Ele justifica o pedido dizendo que “preciso deixar o ministério para poder me dedicar a questões pessoais e partidárias”.
Na sua conta no Twitter, Pereira também agradeceu os servidores e secretários do ministério pelo trabalho realizado nos últimos 21 meses.
Saldo histórico
Na terça-feira, em entrevista coletiva na sede do ministério em Brasília, para comentar os dados da balança comercial do ano, o então ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, destacou o saldo comercial recorde atingido pelo Brasil, de US$ 67 bilhões, e o primeiro crescimento das exportações brasileiras depois de cinco anos e das importações em três anos.
As vendas externas do País totalizaram US$ 217,746 bilhões, no ano passado. Sobre 2016, foi registrado crescimento de 18,5%, pela média diária.
Ao falar do balanço das importações, o ministro lembrou que elas somaram US$ 150,745 bilhões e que houve um acréscimo em relação a 2016 de 10,5%, pela média, sobre o mesmo período anterior (US$ 137,552 bilhões). “O acréscimo das importações, segundo os economistas, significa que houve retomada do crescimento da economia brasileira”, afirmou Marcos Pereira.
A corrente de comércio em 2017 alcançou US$ 368,491 bilhões, representando aumento de 15,1% sobre o ano anterior (US$ 322,787 bilhões).
Já o saldo comercial (US$ 67 bilhões) foi 40,5% superior ao alcançado em igual período de 2016 (US$ 47,683 bilhões).
“O superavit recorde em 2017 se deve ao aumento das exportações e das importações durante o ano. Importante destacar esse desempenho porque o saldo aferido em 2016 foi resultado de uma queda nas importações de 20% e também das exportações de 3,5%, em relação a 2015. Agora temos uma retomada real da economia e sobretudo no comércio exterior brasileiro”, disse o ministro.
“Em relação aos volumes de exportações”, completou, “2017 terminou com recorde de 692 milhões de toneladas, o que representou um crescimento 7,2% em relação a 2016”. O ministro observou também que este crescimento ocorreu sobre uma base de comparação elevada, que já havia sido recorde.