Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2019
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, defendeu a continuidade dos trabalhos da força-tarefa da Operação Lava-Jato. Em sua conta no Twitter, o ministro destacou a decisão da procuradora-geral Raquel Dodge que, na segunda-feira (12), prorrogou por mais um ano os trabalhos do grupo de procuradores da República no Paraná que desmantelou sofisticado esquema de propinas e cartel instalado na Petrobras, entre 2004 e 2014.
“Enquanto houver casos complexos de corrupção e que demandam atuação de esforço concentrado em equipe, a força-tarefa tem que continuar”, prega Moro. “Muito bem.”
Ele assinalou. “É o que fizemos na PF, o Governo de @jairbolsonaro reforçou as equipes.”
É a quinta vez que a força-tarefa tem sua atuação ampliada, desde a sua criação, em 2014. Ao todo, a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba (PR) conta atualmente com uma equipe de 69 pessoas, entre procuradores, servidores, contratados e estagiários.
A extensão do prazo de atuação da força-tarefa ocorre em um momento em que reportagens do site The Intercept Brasil têm revelado mensagens atribuídas a integrantes da força-tarefa e a Moro indicando suposto conluio na Lava-Jato.
De acordo com a assessoria da Procuradoria-Geral da República, apesar das restrições impostas pela emenda constitucional do teto de gastos, foram destinados no primeiro semestre deste ano R$ 808 mil para as despesas com viagens relacionadas às investigações do esquema bilionário de corrupção na Petrobras.
Intercept
Diálogos obtidos pelo site The Intercept Brasil e publicados pelo BuzzFeed News apontam que o ministro Sérgio Moro instruiu, ainda quando juiz federal, os procuradores da Operação Lava-Jato a não recolherem os celulares de Eduardo Cunha na véspera da prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Segundo o site, a recomendação de Moro em conversa que ocorreu em 18 de outubro de 2016 entre ele e o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, destoa do padrão da operação, já que saíram dos celulares de executivos de empreiteiras muitas anotações e mensagens que embasaram investigações.
No pacote de mensagens enviado por fonte anônima ao The Intercept Brasil, Dallagnol tenta marcar uma reunião com o então juiz para discutir o caso: “Queríamos falar sobre a apreensão dos celulares. Consideramos importante, teríamos que pedir hoje”. Moro responde: “Não acho que é uma boa”.
O BuzzFeed aponta que não há registro em mensagem da reunião presencial que eles tiveram. Porém, quase três horas depois, Dallagnol envia uma nova mensagem a Moro explicando que, após conversar com procuradores e levar em consideração o que foi dito pelo então juiz, a Lava-Jato desistiu de apreender os celulares de Cunha.
“Cnversamos [Conversamos] aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”, declara o coordenador. Moro responde: “Ok, tb [também]”.