“Muita gente chega aqui dizendo que vai conseguir. Ótimo, traz, coloca no PNI (Programa Nacional de Imunização) ou vacina seus funcionários. Quero ver para crer”. O próprio ministro diz que só espera para o segundo semestre uma aceleração no programa de vacinas, por conta da dificuldade de se conseguir doses.
Os empresários estão confiantes porque uma parte do texto aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados diz que mesmo vacinas contra a covid-19 sem autorização da Anvisa podem ser compradas pelas empresas, desde que tenham aval de qualquer autoridade sanitária estrangeira reconhecida e certificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O texto deve ser votado nesta semana no Senado. Mas o próprio Wizard disse que qualquer compra precisa ter o aval do Ministério da Saúde já que os laboratórios farmacêuticos fizeram um acordo internacional de que só podem vender, neste momento, para governos.
Abril
Sob pressão para acelerar o ritmo de vacinação contra a covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde afirmou, nesta segunda-feira (12), que o governo federal tem assegurado para o mês de abril 30,5 milhões de doses do imunizante contra a covid-19. Segundo o cardiologista, a quantidade é a que a pasta da Saúde tem como “certa” e será produzida pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz.
“Em relação ao cronograma, o que nós temos são doses estimadas porque isso depende das entregas. […] Agora, no mês de abril, nós temos asseguradas 30,5 milhões de doses dessas vacinas, que são produzidas nas nossas duas instituições, Fiocruz e Instituto Butantan. Isso é o que a gente tem certo”, declarou durante coletiva de imprensa no evento de lançamento da campanha de vacinação contra a gripe.
Escassez
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admite que o Brasil pode enfrentar escassez de vacinas contra covid-19 até o segundo semestre deste ano e que o cenário só deve se normalizar após esse período.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Queiroga afirmou, no entanto, que o objetivo número um da pasta é acelerar a imunização dos brasileiros. Ele evitou estipular novas metas — como a de vacinar um milhão de pessoas por dia — e disse que um dos impasse está na falta de liberação de doses por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O ministro disse que não pode “chegar dando canetada”.
Sobre a possibilidade de compra de vacinas pela iniciativa privada, o ministro disse desconfiar da capacidade de as empresas obterem doses neste momento e concluiu “quero ver pra crer”.