Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2018
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, voltou a afirmar nesta terça-feira (13), que a decisão do presidente Michel Temer de divulgar seus extratos bancários está mantida, e que o presidente não recorrerá contra a quebra de seu sigilo bancário. As informações são do jornal O Globo.
“O presidente já deixou claro que não se opõe a revelação de seus extratos bancários, tanto que não recorreu. Se tivesse algum óbice teria recorrido, não recorreu. O presidente não tem nada a esconder”, declarou Marun.
Temer teve a quebra de sigilo bancário autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito que investiga o decreto dos portos. Logo que a notícia foi divulgada pela imprensa, na semana passada, a assessoria de Temer divulgou uma nota dizendo que o peemedebista pediria ao Banco Central que disponibilizasse seus extratos. No entanto, até o momento, o presidente não tornou público os documentos.
Questionado sobre o motivo da demora na apresentação dos extratos bancários, Marun disse que a decisão estava sendo tomada pela defesa do presidente Temer:
“Isso está sendo analisado no âmbito da defesa do presidente. Mas eles serão divulgados, até porque nós não recorremos”, conclui Marun.
Oficialmente, a assessoria de imprensa do Planalto também disse que “não houve qualquer alteração na disposição do presidente Michel Temer em divulgar os extratos bancários”, e que, “assim que possível, serão divulgados”.
Impeachment
Na coletiva de imprensa desta terça-feira, ao lado do ministro da Justiça, Torquato Jardim, Marun defendeu o impeachment do ministro Luís Roberto Barroso por suas decisões sobre a quebra de sigilo bancário do presidente Michel Temer e sobre o decreto de indulto de Natal.
“O governo não está pensando nisso, mas eu estou. Nós estamos diante de um sucessivo desrespeito à Constituição, em sucessivas decisões do ministro Barroso. Nesta última ele consegue desrespeitar os três poderes. Desrespeita o Legislativo, já que desconsidera o texto constitucional, desrespeita o Executivo, já que usurpa uma prerrogativa do presidente, e ele desrespeita o próprio Judiciário, a partir do momento que toma uma decisão que deveria ser tomada por quórum qualificado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
Marun chegou a afirmar que deixaria o cargo de ministro de estado e voltaria ao cargo de deputado federal para apresentar a representação contra o ministro Barroso:
“Solicitei a alguns juízes de minha confiança uma análise do assunto, comentei em grupos de whatsapp de deputados, e se entendermos, respeitando a Constituição, se for esse o caminho, eu analiso a possibilidade de me licenciar da minha função de ministro de estado e retornar ao meu mandato para apresentar uma solicitação de responsabilização do ministro Barroso por conduta indevida”, disse o ministro Marun.