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Brasil O ministro do Supremo Gilmar Mendes comparou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao médico do livro “O Alienista”, de Machado de Assis. No famoso romance, o personagem interna a si mesmo em um hospício

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Mendes (E) fez duras críticas a Janot, que deixa oficialmente a PGR neste domingo. (Foto: Reprodução)

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), voltou a criticar nessa sexta-feira o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao compará-lo ao médico Simão Bacamarte, do romance “O Alienista”, clássico do escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908). Na história, o protagonista resolve internar a si próprio em um hospício. O mandato de Janot termina oficialmente neste domingo. Já na segunda-feira, Raquel Dodge passa a ser a nova titular do posto.

“Acredito que a gestão do procurador-geral da República Rodrigo Janot foi, sem dúvida alguma, a mais infeliz e desastrosa”, declarou. “Faltou institucionalidade, houve abuso de poder, houve tentativa de transformar a PGR em palanque político. O procurador-geral quase que chegou à situação tal qual o personagem principal do livro ‘O Alienista’, pois ao final de seu mandato ele quase pediu a sua própria prisão preventiva.”

A declaração foi feita durante entrevista coletiva em Foz do Iguaçu (PR). Ele esteve na cidade, localizada na fronteira com o Paraguai, para a abertura da reunião de autoridades eleitorais do Mercosul. Gilmar justificou o seu ataque ao comentar o episódio envolvendo o ex-procurador Marcello Miller.

“Eu não tenho conhecimento na história da Procuradoria-Geral da República sobre episódios de corrupção da dimensão que observamos no mandato do Janot”, frisou. “Até então, este era um órgão praticamente imune a esse mal. Aqui ou acolá até se via alguma história, de forma isolada, mas agora assistimos a escândalos de forma centralizada, no núcleo de combate à corrupção, dentro do gabinete do procurador-geral. E não há como ele dizer que não tem responsabilidade, porque é o chefe da instituição.”

Literatura

O texto mencionado pelo magistrado foi publicado originalmente por Machado de Assis em 1882. A narrativa ficcional tem como personagem principal um psiquiatra vaidoso que, ao retornar à sua cidade natal, constrói um manicômio e passa a mandar para a instituição praticamente todos os moradores da localidade. Ao final, o médico percebe-se errado em suas teorias e decide liberar todos os internos, antes de internar a si próprio, sozinho, no local.

Na quinta-feira, instantes antes da última sessão plenária do STF com Janot na condição de chefe da PGR, Gilmar Mendes já havia utilizado a Literatura como fonte de inspiração para a sua ofensiva: “Eu diria, em relação ao procurador-geral Janot, uma frase de Bocage: ‘Que saiba morrer quem viver não soube'”, disse ele, citando o poeta português Manuel Du Bocage (1765-1805).

Janot devolveu a provocação no mesmo dia, depois de falar sobre os ataques que sofreu. “Mas tudo isso já encontra-se no passado. Os mortos, então, deixai-os a seus próprios cuidados”, declarou, em tom de ironia. Mendes não estava no plenário do tribunal para testemunhar o discurso final do desafeto.

“As páginas da história certamente hão de contar com isenção e verdade o lado que cada um escolheu para travar sua batalha pessoal nesse processo”, disse. Ao passar pelos corredores do evento em Foz do Iguaçu na manhã desta sexta, Gilmar demonstrava descontração com o episódio passado e sorria ao comentar sua repercussão em conversas com assessores e magistrados que também participavam do encontro.

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