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O MIX ENTRE POLÍTICA E POLÍCIA

A mistura do noticiário político com o policial não é fato recente.

A 10 de março de 1956, a Polícia de São Paulo anunciava a mobilização de uma força-tarefa para prender o ex-governador Adhemar de Barros, que tinha fugido para o Paraguai na semana anteriores.

Em Assunção, andava tranquilamente pelas ruas e dava entrevistas a repórteres, como publicaram o jornal Folha da Manhã, de São Paulo, e a revista Manchete.

Ele tinha sido acusado e condenado à pena de dois anos de reclusão e suspensão de seus direitos políticos por cinco anos. Motivo: corrupção nos casos dos Chevrolet e dos caminhões da Força Pública, apresentados como estelionato.

O autor da ação foi o governador paulista Jânio Quadros, que havia derrotado Adhemar pela diferença de 0,9 por cento na eleição de 3 de outubro de 1954.

A acusação se baseava em denúncias de irregularidades na compra de veículos da marca Chevrolet para o Estado.

A 9 de maio de 1956, o Supremo Tribunal Federal concedeu habeas-corpus por falta de provas.

Livre, Adhemar retornou ao Brasil e em 1957 foi eleito prefeito da cidade de São Paulo. Exerceu o mandato até 1961.

Entrou no folclore pela frase usada por parte da população que o definia: rouba, mas faz.

Em setembro de 2010, o ex-deputado Carlos Araújo contou que, no ano de 1969, assaltou o cofre de Adhemar. A ação teve a participação de Dilma Rousseff, sua futura esposa.

Os 2 milhões e seiscentos mil dólares que conseguiram teve duas destinações: parte foi doada para ajudar brasileiros exilados por motivos políticos na Argélia e o resto se destinou a sustentar a luta armada contra o regime militar.

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