Domingo, 21 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de março de 2020
O diretor da unidade de virologia do Instituto Pasteur, Olivier Schwartz, disse nas páginas do jornal Le Figaro que o mundo conta atualmente com cerca de 30 projetos de vacinas contra o coronavírus, lançados por startups, laboratórios farmacêuticos e centros nacionais de pesquisa.
Até que uma vacina possa receber a autorização de venda no mercado são necessários no mínimo dois anos, mas esta corrida científica é fundamental, mesmo a longo prazo, avalia o jornal francês.
Na última semana, uma rede de institutos americanos de pesquisa médica (NIH) iniciou os primeiros testes clínicos de uma vacina produzida pela startup Moderna Therapeutics, em Seattle. Quarenta e cinco pacientes voluntários participam do protocolo.
Normalmente, uma vacina contém certas características enfraquecidas do micróbio, ou seja, um vírus inativo. O corpo humano, em contato com essa preparação microbiológica, passa a produzir anticorpos para se defender da doença. Mas, no caso da vacina contra o Covid-19 proposta pela startup americana, a estratégia é diferente e inovadora. Um pedaço do patrimônio genético do novo coronavírus, sintético, vai fazer o organismo produzir uma das proteínas do Covid-19. O paciente desenvolverá, então, uma resistência específica com anticorpos para neutralizar essa proteína. Segundo o diretor de virologia do Pasteur, nesse caso os testes clínicos podem durar de 12 a 24 meses.
Cientistas do instituto francês também estudam o uso de uma vacina contra o sarampo que poderia servir de modelo para prevenir o novo micróbio. “São dois vírus completamente diferentes, mas o princípio da proteína existente na vacina contra o sarampo poderia ser adaptado com informações do Sars-CoV-2”, explica Frédéric Tangy, diretor do laboratório de inovação vacinal do Instituto Pasteur. Os testes clínicos vão começar em setembro, espera Tangy.