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Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2020
Segundo descobertas recentes da historiadora de arte Emmanuelle Polack, o Museu do Louvre, na França, tem ao menos dez obras que foram saqueadas por nazistas durante o período da Segunda Guerra Mundial. O museu poderá restitui-las em breve após a finalização das investigações.
Em janeiro, Polack foi convidada pelo Louvre para realizar pesquisas sobre sua coleção e, em menos de um mês, a especialista identificou dez obras do acervo que são de autoria do advogado francês e judeu Armand Dorville.
A família de Dorville fez o pedido de restituição das artes em outubro do ano passado, conforme explicou um representante do museu ao Artnet News. Desde então, o caso está sob investigações subordinadas diretamente ao Ministério de Cultura do país. Historiadores contabilizam que aproximadamente 100.000 obras foram roubadas pelos nazistas durante a ocupação alemã na França.
Doze quadros de Dorville, segundo o jornal Le Monde, foram vendidos em um leilão ao Louvre após serem saqueadas quando o advogado fugiu de Paris em razão de perseguições sofridas. Na última quarta-feira (22), o governo alemão entregou a família do judeu três obras dele que também foram saqueadas.
Auschwitz-Birkenau
Sobreviventes do regime nazista alemão voltaram nesta segunda-feira (27) ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, para a cerimônia que marca 75 anos da libertação pelas tropas soviéticas.
Em muitos casos, eles foram acompanhados por filhos, netos e até bisnetos, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Com gorros e lenços listrados de azul e branco, simbolizando os uniformes dos prisioneiros no campo, os sobreviventes atravessaram, com tristeza, o célebre portal de ferro com a inscrição “Arbeit macht frei” (“O trabalho liberta”, em tradução livre do alemão para o português).
Acompanhados do presidente polonês, Andrzej Duda, eles depositaram coroas de flores perto do “muro da morte”. Mais de 1 milhão de pessoas foram vítimas nesse campo de concentração, que é considerado um dos principais símbolos do genocídio.
Eram esperados mais de 200 sobreviventes na cerimônia desta segunda. Muitos deles são judeus vindos de vários países, como Israel, Estados Unidos, Austrália, Peru, Rússia, Eslovênia, entre outros.
Holocausto
Quando os nazistas chegaram ao poder na Alemanha, em 1933, iniciou-se uma perseguição aos judeus. Nessa primeira etapa da campanha para erradicar a população judaica na Europa, foram-lhes confiscados propriedades, direitos e liberdades.
Depois da invasão alemã à Polônia em 1939, os nazistas começaram a deportar judeus da Alemanha e da Áustria para o país, onde criaram guetos para separá-los do resto da população. Em maio de 1940, Auschwitz foi transformado em uma prisão para presos políticos.
Em 1941, durante a invasão alemã na União Soviética, os nazistas começaram de fato a campanha de extermínio.
Seis milhões de judeus foram mortos no Holocausto e Auschwitz está no centro do genocídio. Estima-se que, em menos de quatro anos, ao menos 1,1 milhão de pessoas foram mortas no campo de concentração polonês. Quase 1 milhão era judeu.
As vítimas levadas a campos de concentração eram mantidas em situação deplorável, trabalhavam até a morte ou eram levadas a câmaras de gás.
Em 27 de janeiro de 1945, tropas soviéticas entraram no campo de concentração e encontraram os sobreviventes magros, torturados e exaustos.
Apenas cerca de 7 mil prisioneiros esqueléticos e doentes terminais tinham sobrevivido, sendo que 500 deles eram crianças. Poucos conseguiam ficar de pé, muitos estavam deitados no chão, apáticos.
Na semana passada, mais de 40 líderes de diversos países se encontraram em Jerusalém em ato para lembrar o Holocausto. O evento foi considerado uma das maiores reuniões políticas da história de Israel.