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Brasil O novo caso de coronavírus põe o Brasil diante de um dos maiores desafios da doença

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Imagem de microscópio eletrônico mostra o coronavírus SARS-CoV-2. (Foto: Reprodução)

O caso da menina de 13 anos com o novo coronavírus e sem sintomas põe o Brasil à frente de um dos maiores desafios trazidos pela Covid-19. Quantas pessoas como ela terão entrado no Brasil infectadas, mas sem sintomas? A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que o risco de transmissão por portadores assintomáticos existe, mas ninguém sabe até agora o quão grande é.

Não há país com sistema de vigilância capaz de identificar portadores de vírus que não apresentem sintomas. Isso exigiria testar todas as pessoas vindas de países com casos da doença. Mas não existe teste rápido e acessível, e não haverá um validado no curto prazo, para testar todo o fluxo de viajantes.

Faz menos de 3 meses que o mundo tomou conhecimento do Covid-19, e portadores assintomáticos e contagiosos não são exclusividade dessa doença. Há o mesmo com outros vírus, inclusive os causadores de males respiratórios. Por isso essas infecções são virtualmente impossíveis de debelar sem vacinas.

Há dois tipos de assintomáticos. O primeiro são os que contraíram o vírus, estão no período de incubação e cujos sintomas ainda não surgiram, mas emergirão. Poderia ser o caso da menina, cujos sintomas foram debelados por remédios que tomou na Itália para tratar uma lesão. O outro tipo são as pessoas que são infectadas, transmitem o Covid-19, mas nunca adoecem. Isso acontece com outros vírus, como o HIV.

Não se sabe se os assintomáticos teriam a mesma capacidade de transmissão de pessoas com sintomas, que passariam o Covid-19 para de duas a três pessoas. Dependeria da chamada carga viral, ou seja, a concentração de vírus no organismo. Também não se sabe qual a carga viral necessária para o contágio da Covid-19. O estudo desse quarto caso no Brasil pode ajudar a elucidar esses mistérios.

Sem sintomas

A confirmação do oitavo episódio de infecção pelo novo coronavírus no Brasil gerou confusão no público após o Ministério da Saúde ter inicialmente afirmado que uma menina portadora do patógeno não seria contabilizada como caso no monitoramento epidemiológico por não apresentar sintomas.

Ela é portadora do vírus, o SARS-CoV-2, mas não desenvolveu a doença, a Covid-19. A preocupação em excluí-la dos esforços de monitoramento é que, apesar de não se saber bem ainda qual é o volume total de casos assintomáticos na pandemia, já se sabe que em algumas instâncias essas pessoas podem transmitir o vírus.

Um estudo feito com uma família de cinco chineses, publicado na revista médica JAMA, da Associação Médica Americana, mostrou um exemplo emblemático. Pesquisadores do Hospital Provincial do Povo de Henan, documentaram que uma jovem chinesa de 20 anos que não apresentou sintomas viajou da cidade de Wuhan, epicentro da epidemia, para Anyang, 500 km ao sul de Pequim, onde infectou quatro familiares que vieram a apresentar sintomas mais tarde.

Alguns estudos que buscam entender como a epidemia está se espalhando tão rápido consideram inclusive que os casos assintomáticos são um elemento importante da equação. Como as pessoas sem sintomas não buscam atendimento médico, elas não recebem diagnóstico, não são postas em isolamento, e existe o risco de continuem transmitido o vírus.

Não está claro se o vírus pode ser transmitido por quem não desenvolve a viremia, o quadro clínico de doença causado pelo vírus, com tosse, febre e dificuldade de respirar. Em algumas circunstâncias, porém, casos considerados assintomáticos podem se agravar tardiamente.

O tempo médio de incubação do vírus (o intervalo entre o momento da infecção e a capacidade do infectado de transmitir o patógeno para outras pessoas), é de cinco dias, mas pode variar muito. Em um caso raro, foi identificado um paciente que manifestou sintomas 27 dias após contrair o novo coronavírus.

Nancy Bellei, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) afirma que variações como essas comprometem a adoção de definições muito rígidas sobre quem é caso sintomático e quem é assintomático.

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