Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2019
O porto de Rio Grande, no Litoral Sul gaúcho, realizou a primeira operação denominada “top-off” em seu terminal. A manobra consiste em um complemento de carga entre o Porto Novo e o cais público na área do ERG (Estaleiro Rio Grande), no Superporto. A finalidade é completar a capacidade da embarcação até o seu limite.
No Porto Novo, o calado operacional do cais é de 9,45 metros, o que impede que alguns navios deixem o porto com carga completa. “Começamos as atividades em novembro e havia essa necessidade de fazer a operação em dois portos em função do calado do porto”, salientou a executiva Fernanda Salomão Hackbart, da Connexion Export.
A empresa realiza a exportação de toras de madeira para China através da operadora portuária Sagres. “Estamos tendo essa oportunidade que foi conquistada pela Superintendência para que essa operação fosse feita completa no município”, acrescentou Fernanda.
A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) autorizou três operações-teste para o sistema. A primeira havia sido realizada na última sexta-feira, 26 de julho. A Superintendência dos Portos, juntamente com a Secretaria Nacional de Portos, efetua alteração no PDZ (Plano de Desenvolvimento e Zoneamento) do porto, tornando aquela área efetivamente de uso público para permitir esse tipo de operação de forma constante no estaleiro.
“Essa operação é extremamente importante porque é uma geração de receita, movimenta uma área que há três anos estava sem uso e abre uma possibilidade de utilizar parte do estaleiro para movimentação de carga. É um marco importante para a companhia”, avalia o diretor operacional Ricardo Ávila, da Ecovix, empresa proprietária do ERG.
Sem essa operação de complementação no Estaleiro Rio Grande, o navio deveria ir à Imbituba, no liortal de Santa Catarina, antes de seguir a sua viagem, cujo destino é o maior país do continente asiático. “Com isso, consolidamos aqui a operação total de uma carga importante”, sublinhou.
Já o superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima, acrescentou: “Eu ressalto que não serão realizadas ali operações que entrem em conflito com os terminais privados e somente para top off, ou seja, o navio primeiro carrega no Porto Novo e recebe no estaleiro a complementação de carga”.
Fernanda Hackbart, da Connexion Export, ajudou a dimensionar em números o porte da operação de complementação: “Ainda devem ser carregadas mais 8 mil toneladas, fazendo com que o navio deixe o porto completo, com 36 mil toneladas exportadas”.
Aporte
Após nove anos buscando destravar o projeto de expansão de um terminal do porto de Rio Grande, representantes da CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda.) saíram de uma reunião no Palácio Piratini, na quarta-feira da semana passada, levando em mãos documento assinado pelo governador Eduardo Leite.
Trata-se de um aval do Estado permitirá que os empresários deem andamento junto à União ao projeto que viabilizará o investimento de R$ 500 milhões na unidade portuária.
“Nosso papel é ser um facilitador para que os investimentos necessários para o crescimento do RS ocorram”, destacou o governador, que esteve acompanhado do secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, e do superintendente Fernando Estima.
O projeto prevê três anos para ser concluído, já que os navios seguirão operando durante a obra. A expectativa é de que os trabalhos comecem ainda neste ano.
(Marcello Campos)