Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de março de 2019
O papa Francisco anunciou nesta segunda-feira (04) que vai abrir completamente os arquivos secretos do Vaticano da época do pontificado de Pio 12, algo que os judeus vêm reivindicando há décadas. Alguns judeus acusam Pio, que foi papa de 1939 a 1958, de omissão em relação ao Holocausto durante a 2ª Guerra Mundial, por não ter se pronunciado vigorosamente contra o ocorrido.
O Vaticano tem dito que Pio trabalhou silenciosamente, nos bastidores, para salvar judeus e para não tornar pior a situação para muitas pessoas, incluindo católicos em partes da Europa ocupada pelos nazistas.
Os arquivos serão abertos no dia 2 de março de 2020, anunciou Francisco em um discurso para membros dos Arquivos Secretos do Vaticano. Ele disse que “a Igreja não tem medo da história”, acrescentando que o legado de Pio tem sido ameaçado por “um pouco de preconceito e exagero”. O AJC (Comitê de Judeus Americanos), um dos principais agrupamentos do mundo, saudou a novidade.
Políticos
O papa fez um alerta no domingo (03) dizendo que líderes, como políticos, pastores, autoridades públicas, professores e até mesmo os pais, precisam “ter sabedoria para guiar alguém porque, caso contrário, correm risco de causar danos às pessoas que confiam neles”.
“Pode um homem cego guiar outro cego?”, questionou o pontífice durante o Angelus, na praça São Pedro. Em seguida, o líder argentino respondeu falando que “um guia não pode ser cego, mas deve ver bem, estar consciente de seu papel delicado e sempre discernir o caminho certo para liderar pessoas”.
Ele ainda insistiu para que os fiéis evitem fofocas que podem prejudicar os outros e não sejam presunçosos e hipócritas. “Quem é mau traz o mau fazendo o exercício mais prejudicial: murmurando”. “Isso destrói famílias, destrói escola, destrói empregos, destrói o bairro, gera guerras”, explicou. “Por que você olha para o cisco no olho de seu irmão e não se lembra do que está no seu?”, questionou Francisco ressaltando que “é mais fácil e confortável condenar os defeitos dos outros, sem ser capaz de se ver com a mesma lucidez”.
O líder da Igreja Católica lembrou que enquanto tentamos observar e corrigir as falhas do próximo devemos recordar que também temos falhas. “Se eu não penso que tenho, eu não posso condenar ou corrigir os outros. Todos nós temos defeitos e devemos estar cientes de que antes de condenar o próximo, precisamos olhar para dentro de nós mesmos”.
Segundo o papa, “é sempre útil ajudar os outros com conselhos sábios”, mas é preciso ter discernimento, porque só assim “seremos críveis, agiremos com humildade, testemunhando a caridade”. “Não há árvore boa que produz frutos ruins, nem árvore ruim que produz bons frutos. De fato, cada árvore é reconhecida por seus frutos”, finalizou.