Quinta-feira, 09 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2018
O monsenhor italiano Dario Vigano, diretor do departamento de comunicação do Vaticano implicado no chamado escândalo “Lettergate”, renunciou, informou o Vaticano nesta quarta-feira.
Um comunicado breve do Vaticano disse que o papa Francisco “aceitou” a renúncia de Vigano, mas uma fonte do Vaticano disse que o prelado foi instruído a apresentá-la, o que significa que foi demitido.
Vigano, de 55 anos, cujo título formal era Diretor do Secretariado de Comunicação, se tornou alvo de críticas intensas por borrar parte de uma foto de uma carta do ex-papa Bento 16 e citá-la seletivamente durante uma semana antes de divulgar a íntegra de seu texto no sábado.
O episódio lançou suspeitas sobre o Vaticano e foi um fiasco de relações públicas, especialmente porque no início deste ano o papa escreveu um documento alertando para os perigos das notícias falsas.
A carta deveria ter continuado confidencial, mas no dia 12 de março Vigano leu passagens selecionadas dela na apresentação de uma série de 11 livretos a respeito da teologia do papa Francisco publicados pelo Vaticano.
Irlanda: primeira visita em 40 anos
O papa Francisco anunciou nesta quarta-feira que fará a primeira visita de um pontífice à Irlanda em quase 40 anos, visitando Dublin durante dois dias em agosto para concluir uma conferência internacional da Igreja Católica dedicada à família.
Especulou-se que o papa também visitaria a Irlanda do Norte, cujos líderes lançaram a ideia de uma visita papal.
Mas o líder católico, que anunciou a viagem a dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para sua audiência semanal, disse que a visita se limitará à capital irlandesa.
O Encontro Mundial das Famílias acontece em Dublin entre os dias 21 e 26 de agosto, e o papa presidirá as cerimônias de encerramentos nos últimos dois dias.
A influência outrora predominante da Igreja Católica na política e na sociedade irlandesas regrediu nos últimos anos na esteira de uma série de escândalos de abusos sexuais de membros do clero.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, de 39 anos e o primeiro líder abertamente gay do país, disse que fará campanha pela liberalização das rígidas leis de aborto da Irlanda antes de um referendo previsto para os próximos meses.
A Irlanda legalizou o casamento homossexual em um referendo em 2015, uma derrota para a Igreja e o Vaticano.
O último papa a visitar a Irlanda foi João Paulo 2º em 1979, o mesmo ano em que Varadkar nasceu.
Só recentemente a Irlanda e o Vaticano puseram fim a anos de relações difíceis.
Em 2011, Dublin surpreendeu o Vaticano fechando sua embaixada na cidade-Estado, o que colocou os laços em seu pior momento. O fechamento se seguiu a uma crise ocorrida mais cedo naquele mesmo ano, provocada pela maneira como a Igreja lidou com casos de abuso sexual e por acusações de que o Vaticano incentivou o sigilo.
A Irlanda era o único país importante com uma tradição católica antiga sem uma embaixada no Vaticano até que uma representação mais modesta foi reaberta em 2014.
Após um encontro com o papa em 2016, a ex-premiê Enda Kenny disse que, se ele decidisse visitar a Irlanda do Norte, o governo de Dublin ajudaria a facilitar a visita.