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Notícias “O Pequeno Príncipe” e choro: as defesas inusitadas dos advogados dos réus do 8 de janeiro no Supremo

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Larissa Araujo é advogada de Matheus Lázaro. (Foto: Reprodução/TV JUSTIÇA/STF)

As falas dos advogados ao defenderem, no Supremo Tribunal Federal (STF), os réus dos ataques de 8 de janeiro viralizaram nas redes sociais e teve repercussão até mesmo junto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). De gafe por confundir a fábula “O Pequeno Príncipe” com o clássico “O Príncipe”, do filósofo Nicolau Maquiavel, à reclamação, seguida de choro, em função de uma falta de atenção de ministros da Corte. Confira os momentos mais inusitados das defesas de Hery Kattwinkel, Sebastião Coelho da Silva e Larissa Lopes de Araújo.

Maquiavel

O advogado Hery Kattwinkel, que atendia Thiago de Assis Mathar — cuja pena foi fixada em 14 anos de prisão por cinco crimes—, chamou atenção ao atribuir a frase “Os fins justificam os meios” ao protagonista do clássico da literatura infantil, o Pequeno Príncipe, criado pelo francês Antoine de Saint-Exupéry.

Kattwinkel queria, na verdade, dizer que a frase foi escrita por Maquiavel, autor de “O príncipe”, feita quatro séculos antes da fábula francesa. Em razão da falta de discurso técnico, o advogado chegou a ser repreendido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

“O advogado não analisou absolutamente nada, porque o advogado preparou um discursinho para postar nas redes sociais. Hoje os alunos que vieram ver a sessão, tiveram uma aula do que um advogado constituído não deve fazer para prejudicar o seu constituinte e fazer uma média com os patriotas E só não é mais triste porque confundiu ‘O Príncipe’, de Maquiavel, com ‘O Pequeno Príncipe’”, disse o ministro.

Posição da OAB

O advogado também fez duras críticas ao STF, utilizando inclusive uma frase falsamente atribuída a Barroso durante a sua sustentação oral. Em ofício enviado para a presidente do STF, Rosa Weber, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou que tem “plena confiança” na atuação da Corte, “especialmente quanto a legítima função de guardiã da Constituição e protetora do Estado Democrático de Direito”.

O texto diz ainda que a entidade se “solidariza com o Tribunal ante ataques que sofre pela incompreensão do papel da Suprema Corte ao efetuar julgamentos que ferem interesses.”

“O discurso de ódio não se coaduna com o necessário equilíbrio que deve pautar a atuação dos poderes e de todos em sociedade. O respeito às instituições é fulcral, quanto mais em momentos de crise”. A OAB afirmou ainda que os atos de 8 de janeiro foram ” graves ofensas à estabilidade democrática no Brasil” e defendeu que “todos os envolvidos sejam responsabilizados, assegurado o devido processo legal, com todos os seus consectários constitucionais e legais”.

Defesa própria

Advogado do réu Aécio Lúcio Costa Pereira (condenado a 17 anos de prisão por cinco crimes), o desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva usou a fala para uma defesa própria.

“Não me intimido com absolutamente nada”, disse Coelho da Silva na sessão de quarta ao criticar o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que determinou a abertura de uma reclamação disciplinar contra o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal para apurar se ele incitou atos golpistas durante o exercício da magistratura. Coelho da Silva se defendeu afirmando que está aposentado desde setembro do ano passado.

Choro

A advogada Larissa Lopes de Araújo, por sua vez, fez uma sustentação um pouco mais personalizada. Ao defender o réu Matheus Lima de Carvalho Lázaro, condenado também a 17 anos de prisão, ela chorou em função de uma falta de atenção da Procuradoria Geral da República (PGR), no julgamento representada pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, e do ministro relator, Alexandre de Moraes.

“Eu era feliz com essa Corte”, disse a advogada. “Mas me entristece que na primeira vez que venho e me sento como advogada, eu sou ignorada pelo PGR e pelo ministro relator, que sequer nos cumprimentou. “Boa tarde a todos”, e esqueceu dos advogados. Senhores, me desculpem querer chorar, mas não somos os réus desse processo”, acrescentou, com a voz embargada.

A defensora do acusado de ser um dos executores ainda reclamou dos métodos de Moraes, chegou a chorar diversas vezes e disse que o cliente era alvo de um processo injusto. A advogada afirmou ainda que Lázaro foi alvo de uma “lavagem cerebral”.

“Pessoas com maior idade, acredito eu, tenham colocado na cabeça dele (sic) que se o Brasil virar uma Venezuela, isso tudo aqui ia acabar. Foi feita uma lavagem cerebral na cabeça desse menino tão grande… Olha o tanto de bobagem que ele fala. Nem ele sequer sabia o que significa intervenção militar. Mas, na cabeça dele, isso era bom para o país, era proteção do Exército”, alegou a advogada.

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