Sexta-feira, 30 de maio de 2025
Por Luís Eduardo Souza Fraga | 29 de maio de 2025
A sociedade brasileira está em transformação, algumas pessoas acreditam que é para melhor, outras acreditam que é para pior.
Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Cuidado! O seu senso de humor está sob vigilância!
A principal característica dos brasileiros está ameaçada!
A alegria de um povo que vive em um País tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, com muito sol, temperaturas agradáveis em grande parte do ano e, em algumas regiões o ano todo, só poderia produzir um povo alegre, divertido, piadista, que zomba dos próprios problemas, dos seus defeitos, das suas características e tudo acaba por risadas e zoeiras.
Este é o povo brasileiro, historicamente, alegre por excelência!
Mas a principal característica dos brasileiros está sob ameaça, pois uma nova sociedade, com novos valores, conceitos, hábitos e costumes vem aí, na verdade já está aí.
Assim é a nova geração da sociedade brasileira, que, em geral, não aceita facilmente as piadas, críticas, comparações e quando isso acontece, de pronto alguém sente-se magoado ou ofendido, algo que nas gerações anteriores não acontecia facilmente.
A sociedade brasileira está em transformação, algumas pessoas acreditam que é para melhor, outras acreditam que é para pior, mas não é o objetivo deste texto julgar ou medir isso, mas colocar esta questão e propor uma reflexão sobre o tema, a conclusão será de cada um.
Então!
Será que iremos adquirir características iguais a algumas sociedades europeias ou asiáticas, que tratam tudo e todos com rigidez, frieza e cara fechada?
Será que seremos uma sociedade intolerante, selada, que não aceita brincadeiras?
Será que a partir de agora seremos frios e calculistas a ponto de renegar a nossa essência de brasileiros, que é de ser um povo alegre, feliz, brincalhão e de bem com a vida?
Estas perguntas irão nos ajudar a refletir sobre o tema, pois refletir é preciso e necessário!
Observando essa questão por outro viés e por óbvio, devemos respeitar as pessoas e o jeito de cada um, mas ter que andar diariamente “pisando em ovos”, no que diz respeito às nossas relações sociais, para uma boa parte dos brasileiros é um tanto quanto complicado, não é?
Por essência gostamos das brincadeiras, das risadas, que muitas vezes são causadas por piadas envolvendo as características físicas de alguém ou as nossas, os trejeitos e os hábitos, fato que hoje é praticamente proibido e se acontecer poderá causar muitos problemas, discussões, reações acaloradas ou violentas e até processos judiciais.
Portanto, andar “pisando em ovos”, é mais que necessário para o bom andamento das relações sociais, atualmente!
A sociedade brasileira da alegria, da descontração, do riso fácil, está em transformação, apesar de tudo e por causa de tudo, estamos neste caminho, que talvez não tenha mais volta, estamos sob vigilância constante, o riso fácil, a partir de agora, poderá ser perigoso ou no mínimo, poderá causar constrangimentos!
O politicamente correto está deixando o “mundo muito chato”, cinza, sem cor, é quase um pecado o cerceamento que o humor está recebendo, imaginem como está a vida dos humoristas profissionais, que fazem do humor o seu trabalho e o seu sustento.
Ao final disso tudo, apesar de tudo e por causa de tudo, seguiremos com nossas relações sociais, com muito cuidado, “pisando em ovos”.
(Luís Eduardo Souza Fraga é historiador e escritor – fragaluiseduardo@gmail.com)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.