Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2018
Correligionários de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) têm procurado outros partidos para garantir palanques nos Estados para o deputado federal, que tentará chegar à Presidência da República nas eleições de outubro.
De acordo com integrantes da sigla de Bolsonaro, as possibilidades de alianças incluem legendas como MDB, PP, DEM, PSD e PRP. Partidos como o PR cogitam fazer aliança nacional para pegar carona na popularidade de Bolsonaro e fazer uma bancada expressiva.
Eleger um número significativo de deputados e senadores garante, além de poder político, acesso a maior volume de recursos públicos para atividades partidárias. Bolsonaro delegou a formação das alianças ao comando do partido nos Estados e minimiza a importância de ter palanques fortes pelo País.
“Com um caixão de madeira eu faço meu palanque. Não precisa de palanque. Se tiver, tudo bem. Mas eu tenho o que eles não têm”, disse Bolsonaro, pouco antes de fazer fotos com um grupo de estudantes que o esperava no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
O PSL não sabe ao certo quantos candidatos a governador terá pelo País. Por enquanto, dá como certas candidaturas próprias em pequenos colégios eleitorais. No Acre, lançará o policial militar Coronel Ulysses Araujo e, em Roraima, o empresário Antônio Denário. Em São Paulo, Estado com o maior número de eleitores do País, o PSL ainda não decidiu se vai lançar candidatura própria, apesar de, segundo o presidente regional da legenda, deputado Major Olímpio, ter duas opções: o empresário Frederico D’Ávila e a advogada Janaína Paschoal. O apoio a candidaturas de outros partidos é uma possibilidade, mesmo que isso exija palanques duplos.
Olímpio disse descartar apenas aliança com o ex-prefeito João Doria (PSDB), com o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e, obviamente, com o PT, partido alvo do maior número de críticas da família Bolsonaro.
O parlamentar aparece em primeiro lugar em todos os cenários da pesquisa Datafolha sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba (PR). O partido de Bolsonaro também apresenta candidatos ao Senado com potencial de votos.
“É natural que onde não houver candidato a governador [pelo PSL], aqueles que se identificam com a proposta liberal do Bolsonaro estarão nos apoiando”, disse o presidente licenciado do PSL, Luciano Bivar. Em alguns Estados, como Pernambuco, brotam candidaturas de outras siglas com bandeiras semelhantes às defendidas por Bolsonaro.
No Rio de Janeiro, Estado de Bolsonaro, o partido também não deve lançar candidato ao governo e pode apoiar a candidatura do deputado federal Índio da Costa (PSD). No Paraná, o PSL negocia com o deputado estadual Ratinho Júnior (PSD) e com Cida Borghetti (PP), que assumiu o governo do Estado no início de abril, quando o então governador, Beto Richa (PSDB), deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado.
A possibilidade de uma aliança com o PP, partido com alto número de integrantes investigados na Operação Lava-Jato, gera incômodo entre os correligionários de Bolsonaro, que faz um discurso anticorrupção.