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Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2018
Em entrevista à imprensa, o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que “o Brasil não aguenta mais um presidente fraco, sem autoridade, que tenha que consultar o seu mentor”. A afirmação foi uma “alfinetada” no PT, cuja então presidenta Dilma Rousseff (2011-2016) teria governado sob a batuta de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
O pedetista ficou estável na última pesquisa Ibope, com 11%, e viu Fernando Haddad (PT) ultrapassá-lo e se isolar na segunda colocação com 19%, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 28%.
“Através de Dilma, Roberto Requião e Gleisi Hoffmann, Lula me cercou por todos os lados para que eu aceitasse ser o vice dele ‘de araque’. Se eu topasse, eu seria o sucessor dele, que obviamente teria a candidatura barrada”, frisou. “E por que eu não aceito isso? Porque o poder, para mim, é só uma ferramenta para fazer as coisas acontecerem.”
Ciro falou sobre a eleição de Dilma Rousseff, “em cima da popularidade do Lula”. Para ele, apesar da boa intenção, ela não tinha experiência nem maturidade política. Ele também disse que Haddad “aceitou desempenhar um papel que o diminui profundamente”.
Trajetória
Ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza, Ciro Gomes já foi deputado federal e está no sétimo partido desde que entrou para a política. Atual vice-presidente do PDT, foi ministro da Fazenda entre setembro de 1994 e janeiro de 1995, período final do governo Itamar Franco e início do governo Fernando Henrique Cardoso.
Advogado, Ciro também foi ministro da Integração Nacional, entre janeiro de 2003 e março de 2006, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A eleição presidencial de 2018 será a terceira tentativa de Ciro Gomes de chegar ao Palácio do Planalto. Ele concorreu nas eleições de 1998 e de 2002 pelo PPS, mas em nenhuma das duas disputas chegou ao segundo turno.
Voto útil
Ciro também criticou o voto útil no primeiro turno, dizendo que o eleitor deve optar pelo “menos ruim” no segundo turno:
“Não transfira o seu voto, a sua decisão, o destino da sua família, do seu país para instituto de pesquisa. Um cidadão consciente vota e procura escolher o melhor. Nós temos dois turnos, por que pressa? Porque não decidimos votando com tranquilidade no melhor e depois a gente tem o segundo turno para escolher o ‘menos ruim’ se o seu predileto não for para o 2º turno”.
Sobre a declaração de Haddad de que conta com o apoio de Ciro em um eventual segundo turno, Ciro Gomes classificou a fala do petista como “inexperiência, arrogância e precipitação”. Ainda segundo ele, “a petezada” costuma ter certo ar de superioridade. Eu não sei de onde eles tiraram isso, eles já se acham vitoriosos, já se acham no segundo turno”.
O candidato do PDT disse que é “diferente em tudo” de seu adversário petista. Ciro diz que quer fazer reformas profundas que o PT teve 13 anos para fazer e não fez. Como exemplos, mencionou uma ampla reforma na segurança pública e no sistema previdenciário.
“Eu fui o governador [1991-1994] melhor avaliado do País, sai com 78%, 74% de aprovação. O Fernando Haddad saiu da prefeitura de São Paulo com 3% de aprovação. Isso diz uma coisa, isso não o deprecia. É uma pessoa por quem eu tenho estima, tenho respeito.”