Quarta-feira, 31 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2018
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, candidato à Presidência da República pelo PSDB, defendeu o voto facultativo. “É preciso mudar o modelo político”, opinou em entrevista à imprensa nessa segunda-feira, ao pregar reformas política e tributária. “O voto é um direito das pessoas, mas não deve ser obrigatório.”
O tucano (que conta com 7% das intenções de voto, em quinto lugar em um cenário eleitoral sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) argumentou, ainda, que é justamente esse necessidade de mudanças que o motivou a formar aliança com o “Centrão” (o famigerado bloco formado PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade), pois assim ele passaria a ter maioria no Congresso Nacional.
“O Brasil não vai mudar por voluntarismo, por berro, no grito”, ressaltou. “Vai precisar de reformas, e para isso você precisa de maioria no Legislativo”.
Alckmin também defendeu a Operação Lava-Jato como “uma conquista da sociedade brasileira” e disse que, se ele obtiver a vitória nas urnas, irá propor ao Parlamento a tipificação do enriquecimento ilícito no Código Penal e a inversão do ônus da prova, de modo que agentes públicos tenham que, obrigatoriamente, provar a origem de seu patrimônio: “Se ele não provar, ele terá o perdimento do patrimônio”.
Na mesma entrevista, o presidenciável tucano confundiu o nome da vice em sua chapa, trocando a senadora Ana Amélia (PP-RS) pela colega Kátia Abreu (PDT-TO), vice na chapa de Ciro Gomes (PDT-CE).
Alckmin respondia a uma pergunta sobre machismo e feminicídio no Brasil quando cometeu o deslize: “Não há dúvida que há uma injustiça contra as mulheres. Aliás, precisamos empoderar as mulheres. Convidei para vice-presidente da República a senadora Kátia Abreu… Aliás, perdão, a senadora Ana Amélia, uma das melhores do Brasil”.
O tucano, em seguida, elogiou a sua vice, definindo-a como uma pessoa “seríssima” e com “credibilidade”. E voltou a falar da senadora gaúcha ao final da entrevista: “Escolhi a candidata dos meus sonhos para vice, a Ana Amélia”.
Cortes
Ao longo da entrevista, o tucano também afirmou que, em um eventual governo, irá cortar até dez ministérios e prometeu manter “ministérios fortes”. “Vamos concentrar tudo no ministério da Fazenda, inclusive a parte de Orçamento”, prometeu.
Segundo ele, ninguém aguenta mais “esse Estado perdulário, inchado, caríssimo”. O presidenciável do PSDB disse que o seu eventual governo vai desonerar os trabalhadores e valorizar o trabalho, trazendo empresas para o Brasil.
Além de ministérios, o ex-governador prometeu reduzir o número de fundações e de prédios públicos. Ele também prometeu privatizar algumas empresas, sem citar exemplos. Por fim, Alckmin disse que o fato de ter feito a aliança com os partidos do “Centrão” não resultará em “loteamento” de cargos do primeiro escalão por indicados das legendas que compõem a sua chapa.