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Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2019
Menos de doze horas após anunciar um pacote de medidas para controlar a crise pela qual a Argentina passa, o presidente Mauricio Macri recuou e armou que uma das propostas, o congelamento de preços dos combustíveis por 90 dias, não irá acontecer. As informações são do portal Infomoney e Agência Brasil.
Em comunicado, a secretaria de Energia disse: “a resolução não sairá no boletim oficial por conta das queixas das petrolíferas, teremos que abrir uma nova rodada de diálogos e continuar conversando”.
Na quarta-feira (14), Macri fez um pronunciamento tentando acalmar o mercado com medidas econômicas, após sofrer uma dura derrota nas primárias do país, ficando 15 pontos percentuais atrás da chapa formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner.
Entre as medidas, além do congelamento de combustíveis, o presidente falou em pagamento de bônus para os trabalhadores, ajuda para pequenas e médias empresas e aumento nos benefícios para estudantes do programa “Progredir”.
No discurso de quarta, Macri disse que, ao assumir o cargo em 2015, acreditava “que seria mais fácil”. “Peço que os argentinos não ponham em dúvida o trabalho que fizemos juntos”, afirmou.
A apuração dos votos nas primárias da Argentina no último domingo mostrou apoio de 47% dos eleitores à dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner, enquanto o atual presidente Mauricio Macri ficou com 32% dos votos.
O resultado fez o principal índice da bolsa argentina, o Merval, desabar quase 50%, com algumas ações chegando a perdas de 60%. Além disso, fez o CDS – espécie de seguro-calote – do país saltar da casa de mil pontos para 3 mil pontos.
Anúncio de quarta
Na manhã de quarta-feira (14), o presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou um pacote com medidas econômicas para amenizar os impactos da inflação e levar alívio a 17 milhões de trabalhadores argentinos.
Entre as medidas está o pagamento de bônus salariais para todos os tipos de trabalhadores (servidores públicos, de empresas privadas e informais). Além disso, Macri prometeu congelar o preço da gasolina por 90 dias, aumentar o salário mínimo e permitir que pequenas e médias empresas possam renegociar suas dívidas tributárias em 10 anos. Anunciou ainda redução no imposto de renda dos aposentados e aumento de 40% no valor das bolsas dos estudantes.
No pronunciamento, feito na Quinta dos Olivos, residência oficial argentina, Macri começou pedindo desculpas pelo tom que usou na coletiva de imprensa, após o resultado das eleições primárias do domingo.
“Quero me desculpar pelo que disse na conferência de segunda-feira. Fiquei muito afetado pelo que aconteceu no domingo, e triste. Sobre o resultado da votação, quero que vocês saibam que eu os entendi. Eu respeito os argentinos que decidiram votar em outra opção.”