Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2017
Nessa sexta-feira, ao participar de um debate sobre segurança pública, na Câmara de Comércio Americana, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou que pretende colocar em pauta, em fevereiro, o texto que propõe mudanças na legislação dos crimes de tráfico de drogas e de armas.
O parlamentar lembrou que o tema já foi discutido com 19 secretários estaduais de Segurança Pública e é tratado por uma comissão de juristas coordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
“É claro que a política de segurança não será resolvida apenas pela mudança das leis ou da Constituição. Essa modernização das leis, essa mudança que devemos discutir na Constituição – para que fique clara a responsabilidade da União na política de segurança pública – ajuda muito e todos nós na Câmara temos essa responsabilidade”, disse.
Investimento
Rodrigo Maia também ressaltou o seu entendimento de que o principal problema da segurança pública no País é a falta de financiamento e argumentou que a reforma da Previdência, por exemplo, é necessária para controlar os gastos públicos e permitir investimentos no setor.
“Qual é o principal problema de segurança? Entre outros, é como financiar a segurança pública. Se você não organizar o lado da despesa, não tem como conseguir dinheiro para a segurança pública, ou conseguir mais dinheiro para a educação infantil”, analisou o deputado.
Ele disse, ainda, que é “realista” e afirmou que a proposta de reforma da Previdência ainda está “muito distante” dos 308 votos necessários para a sua aprovação e que vai continuar defendendo a votação, mesmo se for necessário realizá-la em ano eleitoral.
“Eu não consigo entender como alguém vai para a eleição, promete alguma coisa para as pessoas que precisam do Estado brasileiro, de uma educação de melhor qualidade, de uma saúde de melhor qualidade, sem discutir a Previdência. Quem vai para a eleição querendo prometer isso para as pessoas que precisam, sem discutir o Estado brasileiro, no meu ponto de vista, está mentindo e mentindo muito”.
“Erro”
Após participar do evento, no qual também estava o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, Maia disse que “talvez tenha sido um erro” pedir a exoneração do secretário na época dos confrontos constantes na favela da Rocinha, em setembro deste ano.
“Não cabe a mim discutir nomeação ou exoneração. Talvez tenha sido um erro meu, por ser morador do Rio de Janeiro, morador do bairro de São Conrado, por sempre ter convivido com uma relação maravilhosa com os moradores da Rocinha e de São Conrado, ver aquela situação de descontrole”, admitiu.
Ao sair do evento, o secretário Roberto Sá disse que Maia e ele trabalham em sintonia e que conversaram sobre o assunto e se acertaram, a fim de “aparar arestas”.
