Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2018
O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, mostrou-se disposto nesta quarta-feira (10) a realizar uma cúpula com a Coreia do Norte, um dia depois de um encontro excepcional entre representantes dos dois países. Após dois anos de crescentes tensões na península coreana devido à intensificação dos programas nuclear e balístico de Pyongyang, a situação se apaziguou repentinamente no início de 2018.
O presidente sul-coreano, que foi eleito em maio com uma mensagem em favor do diálogo com o Norte, voltou a defender a opção diplomática para resolver um dos assuntos mais delicados do mundo. “Sob as condições apropriadas, posso celebrar uma cúpula a qualquer momento. Mas não podemos fazer uma reunião por fazer uma reunião. Para celebrar uma reunião devem ser criadas as condições adequadas e devem ser garantidos alguns resultados”, acrescentou.
O presidente sul-coreano também voltou a defender a desnuclearização da península como caminho para a paz e seu principal objetivo. “Temos que prosseguir com os esforços para celebrar Jogos Olímpicos pacíficos. Temos que resolver pacificamente a questão nuclear norte-coreana”, declarou Moon.
Jogos da paz
Na terça-feira (09), ficou acertado que a Coreia do Norte vai enviar atletas e uma delegação de alto escalão aos Jogos de Inverno na Coreia do Sul. “A parte norte-coreana vai enviar uma delegação do Comitê Olímpico Nacional, atletas, torcedores, um grupo de artistas, uma equipe de demonstração de taekwondo e um serviço de imprensa”, anunciaram os dois países em um comunicado conjunto após o encontro bilateral.
Os Estados Unidos parabenizaram o diálogo entre as duas Coreias, apesar de precisarem que estariam atentos sobre as sanções “impostas pelo Conselho de Segurança da ONU”. Seul e Pyongyang também concordaram em “diminuir a tensão militar atual e manter discussões militares sobre a questão”. O Sul também aproveitou esse primeiro encontro em mais de dois anos para solicitar um encontro das famílias separadas pela guerra (1950-1953), um dos legados mais dolorosos do conflito.
Os dois lados também decidiram restabelecer a linha telefônica militar que foi cortada em fevereiro de 2016, a fim de melhorar a comunicação entre os Exércitos desses dois países ainda tecnicamente em guerra. As discussões foram realizadas em Panmunjom, vilarejo onde o cessar-fogo da Guerra da Coreia foi assinado, na Zona Desmilitarizada que divide a península.
A delegação norte-coreana cruzou a pé linha de demarcação militar para ir à Casa da Paz, o lugar de encontro do lado sul-coreano, a poucos metros de onde um soldado desertou há dois meses, sob uma chuva de balas. O ministro sul-coreano da Unificação, Cho Myoung-Gyon, e o chefe da delegação norte-coreana, Ri Son-Gwon, apertaram as mãos antes de entrar no edifício.