Por Redação O Sul | 9 de junho de 2025
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, diz que em 2026, o partido terá candidato próprio ao Planalto ou estará no palanque do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mas, sem nenhum constrangimento, a sigla poderá ter também um dos seus quadros no núcleo da tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em recente jantar com Kassab e os presidenciáveis Ratinho Júnior e Eduardo Leite, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, avisou que quer ser novamente um dos responsáveis pela campanha do petista. “Se o Lula for candidato, eu sou Lula Futebol Clube e coordenador da campanha dele. Lula candidato não tem quem me convença a estar distante dele”, confirmou em entrevista à Coluna do Estadão.
Silveira é secretário-geral do PSD e presidente do partido em Minas. Para ele, não haverá constrangimento em sua decisão. “No PSD, Kassab é o maior líder partidário do País, disparado. Ele conhece a gênese desse partido e sempre conseguiu convergir as realidades locais com o interesse nacional”, avaliou.
Na entrevista, Kassab também fala dos próprios planos eleitorais, defende candidatura do senador Rodrigo Pacheco ao governo de Minas e aposta que a direita continuará nas mãos de uma candidatura do clã Bolsonaro.
Confira os principais trechos da entrevista:
Dá para ser taxativo: o PSD que está com Lula, continua com Lula?
Eu sou defensor de que não há salvação fora do presidente Lula, em 2026. Até porque eu não acredito que tenha uma solução razoável. Os adversários do presidente Lula vão continuar sendo uma ameaça forte à estabilidade democrática, consequentemente econômica e social do país. Porque quando você cria uma instabilidade democrática, você tem resultados drásticos na economia.
Mas o senhor faz essa leitura para além de Bolsonaro, para os outros candidatos que aparecem no campo da direita?
Eu não acho que tenha outro candidato no campo da direita.
Mas Bolsonaro está inelegível.
A solução dele vai ser caseira, vai ser familiar. Essa é a minha leitura. Minha leitura é que o único estadista que tem hoje no Brasil é o presidente Lula. Ele não tem projeto político pessoal, não tem projeto partidário, não tem… Eu estou afirmando, essa é a minha leitura, não estou falando por ele. O projeto do presidente Lula é o legado que ele quer deixar de construção de um país mais justo.
Se o PSD lançar candidato à presidência, o senhor não subirá no palanque com o Ratinho ou o Eduardo Leite?
Se o Lula for candidato, eu sou Lula, Lula Futebol Clube, Atlético Futebol Clube e coordenador da campanha dele. Lula candidato não tem quem me convença a estar distante dele. E vou te falar mais, estou tão junto que se ele não quiser que eu seja candidato e quiser que eu coordene a campanha dele, eu coordeno, e quero deixar isso público e bem ressaltado. Se tiver qualquer embaraço partidário, é só ele me pedir para coordenar a campanha dele.
No PSD, Kassab é o maior líder partidário do país, disparado. É o maior construtor de convergência e de ponte. O Kassab conhece a gênese desse partido. Eu fundei o partido junto com ele. Ele é o presidente, eu sou o secretário-geral. Sou o presidente em Minas e secretário nacional. O Kassab sabe das peculiaridades do partido. E ele jamais vai fazer alguma coisa para desunir o partido. O Kassab sempre conseguiu convergir as realidades locais com o interesse nacional.
É um erro o PSD insistir em candidatura própria?
Não. Eu acho que é muito prematuro. Muito prematuro. Prematuro diante de um país tão convulsionado politicamente. A minha decisão, eu reafirmo. Não há salvação fora do presidente Lula em 2026.
E se não for Lula?
Eu não vejo possibilidade de Lula não ser candidato, pelo que ele representa. Por ser ele a única condição de impedir a volta da insanidade. Não sendo ele, a eleição vai ficar completamente aberta. Porque vai depender muito do caminho que o PT vai percorrer sem ele. Se o PT vai querer insistir numa candidatura ou se o PT vai construir uma coalizão para evitar a barbárie no Brasil.
O que o senhor quer para sua candidatura?
O mais importante pra mim disparado é eleger o presidente lula, mais do que ser candidato em 2026. Eu me julgo mais útil no projeto do presidente Lula. Pode ser que o presidente Lula me escale um projeto em Minas Gerais. Como a minha vida pública sempre foi muito heterogênea, do ponto de vista das posições que eu ocupei. Tanto no executivo quanto no legislativo. Onde ele escalar em Minas Gerais eu vou. Eu gostaria muito e tenho trabalhado para o Rodrigo Pacheco (senador) aceitar ser governador. As informações são do portal Estadão.
