Sexta-feira, 19 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2025
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou nessa quarta-feira (17), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e disse que o parlamentar instiga os Estados Unidos contra o Brasil.
“Não dá para eu ver todos os dias um deputado federal, do Brasil, eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, instigando um país contra o meu País. Nunca falei sobre isso, mas está na hora de começar a falar. Não dá para aceitar todas essas agressões calado”, afirmou em discurso no plenário.
Alcolumbre disse que os Estados Unidos “ofendem o Brasil” todos os dias. As declarações vieram depois de senadores de oposição comentarem caso envolvendo o historiador Eduardo Bueno, que integra conselho do Senado e publicou vídeo comemorando a morte do influenciador americano Charlie Kirk. Alcolumbre afirmou que queria ele mesmo ter demitido Bueno.
O presidente do Senado aproveitou a fala para criticar a polarização da direita e da esquerda e afirmou que “todo mundo está passando um pouco dos limites adequados à boa convivência”.
“Fica um de um lado falando que o Brasil é dos brasileiros e, do outro lado, fica um nos Estados Unidos dizendo que o Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, vai enviar novas sanções ao Brasil, ao Parlamento, às autoridades, ao Judiciário, ao Executivo, colocar tarifa, cobrando e atrapalhando o Brasil”, comentou.
Reunião
Após criticar Eduardo Bolsonaro, o presidente do Senado fez uma reunião improvisada com líderes da Casa e reclamou de comentários feitos sobre sua ausência na sessão de terça-feira (16).
Ao presidir a sessão, Alcolumbre disse que não aguentaria mais “essas agressões calado”. Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro e tem atuado para que o governo de Donald Trump pressione o Brasil em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Um senador que acompanhou a reunião disse que a reação de hoje “foi um freio de arrumação”.
Alcolumbre também se queixou do presidente do PL, Valdemar Costa Netto, que afirmou que a oposição irá obstruir os trabalhos caso o projeto da anistia aos condenados por golpe de Estado não seja pautado.
Pouco antes da reunião, Davi Alcolumbre comunicou ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), que o relator da PEC das Prerrogativas no colegiado será escolhido pelo próprio Alencar. Alcolumbre não fará a indicação. (Com informações de O Estado de S. Paulo)