Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2018
O governo de Donald Trump permitirá novos projetos de exploração de petróleo e gás natural em praticamente toda a extensão das águas territoriais dos Estados Unidos, anunciaram autoridades na quinta-feira (04).
O plano daria ao setor de energia amplo acesso a direitos de prospecção na maior parte da plataforma continental norte-americana, o que inclui as águas do Pacífico ao largo da Califórnia, as águas do Atlântico ao largo do Maine e a porção leste do Golfo do México.
A proposta remove a proibição a perfurações imposta pelo presidente Barack Obama em seus dias finais de mandato para proteger mais de 40 milhões de hectares de área na costa leste e nas águas árticas dos Estados Unidos. A reversão da proibição é um sério golpe contra o legado ambiental de Obama e sinaliza que o governo Trump não está nem perto do final de seus esforços para remover todas as restrições ambientais adotadas pelo seu predecessor, em um esforço por promover a produção nacional de energia.
O plano de autorização de perfurações surge logo depois de uma proposta separada para revogar os regulamentos de segurança para perfurações na plataforma costeira adotados depois do desastre na plataforma petroleira Deepwater Horizon em 2010, e de uma decisão do Congresso para abrir o Refúgio Nacional Ártico da Fauna e Flora à exploração de petróleo e gás natural.
“Estamos adotando um novo caminho para que os Estados Unidos dominem o setor de energia, especialmente na exploração offshore”, disse o secretário do Interior, Ryan Zinke, ao revelar o plano, na quinta-feira. “Essa é uma diferença clara entre fraqueza na energia e domínio na energia. Vamos nos tornar a mais forte superpotência energética do planeta.”
Líderes do setor de petróleo elogiaram muito a reversão, dizendo que já deveria ter acontecido há muito tempo. “Creio que a norma deveria ser que todas as áreas offshore estejam abertas à exploração”, disse Thomas Pyle, da American Energy Alliance. Ele disse que testes sísmicos seriam necessários para avaliar as potenciais reservas de gás natural e petróleo no Oceano Atlântico, ainda que a obtenção das licenças necessárias aos testes deva levar anos.
O presidente Trump assinou uma ordem executiva em abril exigindo que o Departamento da Energia reconsiderasse o plano de Obama para as áreas offshore, que entrou em vigor há cinco anos e invoca uma cláusula obscura de uma lei de 1953, a Lei das Terras da Plataforma Continental Estendida, para proibir a concessão de direitos de exploração em grandes áreas do Ártico e do Atlântico. Trump disse que a proibição “priva nosso país de milhares e milhares de potenciais empregos, e de bilhões em riqueza”.
O novo plano não aprovará novas perfurações instantaneamente. Sua redação final pode demorar até 18 meses, dizem especialistas, e, enquanto isso, diversos Estados, entre os quais alguns governados por republicanos, devem contestá-lo, em um esforço por proteger suas águas costeiras.