Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) com um aviso para que a entidade pare de manipular o mercado de petróleo e aumentou a pressão sobre aliados, ameaçando com sanções empresas europeias que fizerem negócios com o Irã.
Trump afirmou no sábado (30), via Twitter, que o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud , teria concordado em aumentar sua produção de petróleo. Em seguida, a Casa Branca voltou atrás e informou que os sauditas iriam aumentar a produção caso fosse necessário.
Os preços no petróleo aumentaram na sexta-feira (29) com preocupações de que as sanções americanas contra o Irã irá retirar volumes significativos do mercado internacional em um momento em que há aumento de demanda.
Em uma entrevista neste domingo à rede de televisão Fox News, Trump responsabilizou diretamente a Opep, do qual a Arábia Saudita é membro. Perguntado se alguém estava manipulando os mercados, Trump afirmou: “a Opep está e é melhor parar, porque nós estamos protegendo aqueles países, vários deles”.
Trump disse ainda que empresas europeias que negociarem com o Irã enfrentarão sanções americanas.
O presidente americano fará uma visita a Europa no final deste mês para uma reunião da Otan, mas as tensões comerciais devem dominar a viagem, não apenas em relação ao petróleo iraniano, mas principalmente pela imposição de tarifas ao aço e alumínio.
Sobre comércio, Trump disse a Fox que não está satisfeito com o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, com Canadá e México, e não concordará com um novo até depois das eleições de novembro nos EUA.
Acordo nuclear
No início de maio, Trump, anunciou a retirada americana do, segundo ele, “desastroso” acordo multilateral assinado em 2015 com o Irã sobre seu programa nuclear, e o restabelecimento imediato das sanções econômicas contra Teerã.
Em um pronunciamento na Casa Branca à época, Trump afirmou que a comunidade internacional não pode “prevenir uma bomba nuclear iraniana sob a estrutura apodrecida deste acordo” e por isso decidiu retirar seu país do tratado.
O acordo, conhecido pelas siglas em inglês JCPOA, foi assinado em 2015 pelo Irã e por Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China, e se refere a mecanismos de enriquecimento de urânio para impedir que Teerã desenvolva uma arma nuclear.
No mesmo dia, todos os outros signatários do acordo reafirmaram a intenção de se manter fiéis ao entendimento, mas a retirada americana abre uma interrogação real sobre sua sobrevivência como ferramenta diplomática.