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Por Redação O Sul | 27 de junho de 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou na sexta-feira (26) uma visita de fim de semana a seu complexo de golfe em Bedminster, Nova Jersey, e disse que ficaria em Washington “para garantir que se cumpra a lei e a ordem”.
“Incendiários, anarquistas, saqueadores e agitadores foram em grande parte detidos”, escreveu Trump no Twitter.
“Estou fazendo o necessário para manter nossas comunidades seguras, e essas pessoas serão levadas à Justiça!
Trump prometeu adotar uma linha dura contra pessoas que atacam monumentos históricos dos EUA e ameaçou usar a força contra manifestantes, em um momento em que o ativismo contra a injustiça racial se espalhou por todo o país.
Trump disse no Twitter que assinou uma ordem executiva “muito severa” para proteger os monumentos. O texto da ordem diz que o governo federal processará “com toda a intensidade possível” quem danificar ou profanar monumentos ou estátuas.
A Lei de Preservação da Memória dos Veteranos de 2003 prevê penas de prisão de até 10 anos por destruição ou tentativa de destruição de monumentos que lembram aqueles que serviram nas forças armadas dos Estados Unidos.
A ordem de Trump também ameaça retirar o apoio federal a órgãos estaduais e municipais que não protegem monumentos.
Centenas de soldados desarmados da Guarda Nacional de Washington DC estão de prontidão para ajudar policiais a proteger os monumentos, depois que manifestantes tentaram derrubar uma estátua do ex-presidente Andrew Jackson em um parque na última segunda-feira (22) perto da Casa Branca.
Os pedidos de remoção desses monumentos foram feitos no contexto dos protestos da “Black Lives Matter”, após a morte em 25 de maio de George Floyd, um cidadão negro, enquanto ele estava sob custódia policial em Minneapolis. A decisão de Trump de cancelar sua viagem a Nova Jersey também coincide com um aumento de casos de coronavírus em muitos Estados do país.
Obamacare
A pouco mais de quatro meses das eleições e em meio a uma pandemia que infectou mais de 2,4 milhões de norte-americanos, matou mais de 124,8 mil e forçou Estados a frearem a reabertura, um pedido da Casa Branca à Suprema Corte provocou uma enxurrada de críticas ao presidente Donald Trump. O governo republicano apresentou à máxima instância do Judiciário uma petição para revogar a Lei de Proteção e Cuidado Acessível ao Paciente (ACA). O sistema permite a milhões de cidadãos adquirirem um seguro de saúde a preços subsidiados e foi criado pelo ex-presidente democrata Barack Obama, recebendo o nome de “Obamacare”.
Até 2017, quem não se inscrevesse no plano pagaria multa, eliminada pelo Congresso. Com o fim da penalidade, o Departamento de Justiça (DoJ) apontou para inconstitucionalidade. Os principais nomes do Partido Democrata consideraram repulsiva a manobra de Trump. “A campanha (…) para eliminar as proteções e os benefícios da ACA, no meio da crise do coronavírus, é um ato de crueldade insondável”, lamentou Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, de maioria opositora.
Pelosi advertiu que 130 milhões de americanos poderão perder as proteções da ACA e outros 23 milhões ficarão completamente sem a cobertura de saúde, caso a Suprema Corte considere válida a petição do governo. “Não existe justificativa legal nem desculpa moral para os desastrosos esforços da administração Trump de retirar os cuidados à saúde dos americanos”, declarou. Ela garantiu que o Partido Democrata seguirá trabalhando no desenvolvimento da ACA, com a redução dos custos de atendimento médico e de medicamentos prescritos para a população.