Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2017
Praticamente todo dia, o presidente Donald Trump brada “fake news!”. Seja através de seus comícios, pronunciamentos, entrevistas coletivas ou, principalmente, no Twitter, ele repete seu mantra para se referir ao que considera uma prática sistemática de jornais, revistas, sites e canais de TV de divulgar notícias falsas sobre ele. Agora, para fazer frente a isso, montou uma equipe de mídia dedicada exclusivamente a mostrar o que, segundo o mandatário, a imprensa não quer publicar sobre ele. Com vídeos em suas redes sociais pessoais, a iniciativa já ganhou o apelido “Trump TV”, mesmo sendo oficialmente apenas “Notícias da semana”.
O primeiro vídeo, de pouco mais de um minuto, foi visto mais de 1 milhão de vezes no Facebook de Trump logo nos primeiros dias de publicação, no fim do mês passado. A analista política conservadora Kayleigh McEnany, que deixou a CNN em julho, repassa os últimos e esperançosos dados econômicos — focando na redução do desemprego e os recordes do índice Dow Jones. “O presidente Trump tem claramente conduzido a economia na direção correta”, diz ela.
O novo canal do presidente foi lançado por Lara Trump, mulher do seu filho Eric. “Aposto que não escutaram todas as conquistas que o presidente Trump teve esta semana porque há muitas notícias falsas”, sustenta Lara, lembrando que Trump doou outra vez seu salário.
Ela celebra que o desemprego está no nível mais baixo desde 2001, sem mencionar que a redução é constante desde o governo do antecessor, Barack Obama. “A economia está no auge”, alardeia a nora de Trump.
Desde antes de assumir a Presidência, Trump tem atacado cadeias de televisão, atitude que só se intensificou com o início de seu mandato. Com exceção da rede conservadora Fox News — que ameniza críticas à Casa Branca e constantemente entrevista membros do governo — a CNN e os jornais “New York Times” e “Washington Post” são criticados por ele principalmente no Twitter, sua principal ferramenta de comunicação. Ao mesmo tempo, têm revelado em primeira mão informações explosivas sobre a gestão do presidente e o possível conluio entre a campanha eleitoral do republicano e a Rússia.
Passando quase três semanas de férias em seu resort em Bedminster, Nova Jersey, Trump voltou a atacar a mídia de novo após notícias de queda de sua popularidade. Segundo pesquisas, o percentual de entrevistados que “apoiam fortemente” Trump caiu de 44% para 25% desde que ele assumiu a Casa Branca. “A base de Trump está maior e mais forte que nunca (apesar de algumas pesquisas falsas)”, escreveu no Twitter.
73% desconfiam da Casa Branca, diz pesquisa
Uma pesquisa da rede de TV CNN mostra que o presidente dos EUA, Donald Trump, não é levado a sério pela maioria da população americana: 3 de cada 4 pessoas entrevistadas disseram desconfiar da maioria das informações divulgadas pela Casa Branca.
Na pesquisa conduzida pelo instituto SSRS -que mostra o índice de aprovação de Trump no nível mais baixo desde a posse, 38%-, apenas 24% dizem confiar em tudo ou na maior parte do que a Casa Branca diz, enquanto 30% afirmam que não acreditam em nada, e 43%, apenas em algumas informações.
