Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2016
Em um rápido e tumultuado pronunciamento com menos de três minutos de duração, na noite dessa segunda-feira, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP- MA), negou que estivesse “brincando com a democracia” ao anular a votação da Casa que autorizou, no mês passado, a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“A decisão tem por base a Constituição, para que possamos corrigir vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro”, justificou Waldir, sem responder a perguntas ou fornecer mais detalhes sobre as motivações do ato. “Tenho a consciência de como esse momento é delicado. Temos o dever de salvar a democracia por meio do debate e não estamos, nem estaremos, em momento algum, brincando de fazer democracia.”
A manifestação do parlamentar que substitui Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Casa foi uma resposta ao discurso do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que se negou acatar o ato, classificando-o de “brincadeira com a democracia”. Ele anunciou que não interromperá o cronograma de tramitação do processo na Casa, com provável votação nesta semana.
Waldir concedeu a entrevista na sala de reuniões da presidência do Parlamento, acompanhado de deputados do PCdoB, partido do governador maranhense e aliado político Flávio Dino. Também estavam presentes José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Silvio Costa (PTdoB-PE) .
Durante a sua fala, ele ressaltou o fato de ter se formado e pós-graduado em Veterinária por instituições públicas de ensino, além da atuação como reitor universitário. “É com essa história que eu pretendo deixar esse ato que representará um divisor de águas na democracia brasileira”, finalizou.
Anulação
“Vocês vão se surpreender comigo”, havia afirmado o já polêmico deputado em uma reunião com colegas na sexta-feira, um dia após substituir Cunha, afastado do mandato e da presidência da Casa pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A novidade veio na manhã dessa segunda-feira, em ato publicado no Diário da Câmara. O documento derrubava as sessões que trataram do impeachment na Casa, entre os dias 15 e 17 de abril, determinando que o processo retornasse para nova votação em cinco sessões plenárias, antes da palavra final do Senado. (Folhapress)