Ciência O primeiro veículo espacial israelense vai decolar esta semana rumo à Lua
Por Redação O Sul | 18 de fevereiro de 2019
O primeiro veículo espacial israelense vai decolar nesta quinta-feira para a Lua, onde ele recolherá dados sobre a formação do satélite, anunciaram nesta segunda-feira os responsáveis pela operação.
O lançamento vai acontecer em Cabo Canaveral, que fica na Flórida, nos Estados Unidos, às 20h45 (22h45 no horário de Brasília), informaram a SpaceIL e Israel Aerospace Industries em coletiva de imprensa em Tel Aviv.
O veículo de 585 quilos será enviado ao espaço pelo foguete Falcon 9 da companhia americana SpaceX. E vai pousar em 11 de abril, segundo o comunicado.
O dispositivo carrega uma cápsula com discos digitais com desenhos de crianças, canções e imagens de símbolos israelenses, recordações de um sobrevivente do Holocausto e uma Bíblia. A cápsula será deixada na Lua como testemunho para as gerações futuras.
Até o momento, apenas Rússia, Estados Unidos e China tinham enviado artefatos à Lua. Doze astronautas americanos pisaram no satélite em seis missões entre 1969 e 1972.
O artefato, batizado Bereshit (Gênesis em hebreu), está equipado com instrumentos para medir o campo magnético e recolher dados que permitirão compreender melhor a formação da Lua. As informações serão compartilhadas com a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos.
Sonda espacial chinesa
A sonda espacial chinesa Chang’e 4 pousou, no início de janeiro, no lado oculto da Lua — a parte do satélite que não é visível da Terra. Segundo a Administração Nacional Espacial da China, é a primeira vez na história que este pouso é realizado. As informações são das agências de notícias EFE, Associated Press, e da Rede Global de Televisão da China (CGTN, em inglês).
A nave, que tem um módulo e um “rover” — veículo de exploração espacial — deve estudar a composição mineral, o terreno, relevo e a manta da superfície lunar, a camada abaixo da superfície. Também deve realizar observações astronômicas por meio de baixas frequências de rádio, a chamada radioastronomia.
“O lado oculto da Lua é um raro lugar calmo, que está livre da interferência de sinais de rádio vindos da Terra”, afirmou o porta-voz da missão, Yu Gobin, segundo a agência de notícias estatal Xinhua News. “Essa sonda pode preencher o vazio de observação de baixa frequência na radioastronomia, e irá fornecer informações importantes para estudar a origem das estrelas e da evolução da nébula [solar]”.
A alunagem [aterrissagem na superfície lunar] “abriu um novo capítulo na exploração humana da Lua”, afirmou a agência espacial chinesa. O local exato do pouso foi a cratera Von Karman, no polo sul lunar, que tem 186 quilômetros de diâmetro e 13 quilômetros de profundidade. Segundo a AP, cientistas chineses acreditam que pousar nessa cratera possibilitaria coletar novas informações sobre a manta da Lua. O lado oculto da Lua é relativamente pouco explorado e tem uma composição diferente daquela do lado “próximo”, que pode ser visto da Terra, e onde outras naves já pousaram. Países como a antiga União Soviética, os Estados Unidos e até mesmo a própria China já haviam realizado missões desse tipo.
De acordo com a Nasa, a agência espacial americana, essa parte do satélite foi observada pela primeira vez em 1959, quando a nave soviética Luna 3 enviou as primeiras imagens. Em 1962, os Estados Unidos tentaram enviar uma missão não tripulada ao lado oculto da Lua, que não deu certo, segundo a EFE.
