Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2018
Os militares passaram a reviver um protagonismo no Executivo antes mesmo de chegarem ao Palácio do Planalto pelas urnas. Fraco e impopular, o presidente Michel Temer abriu espaços para os generais dentro do governo e à frente do Ministério da Defesa, que saiu das mãos de um civil, de maneira inédita. Com o ex-capitão Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-general Antônio Hamilton Mourão (PRTB) agora no poder, esse protagonismo deve crescer.
Conforme o grupo que planeja as ações do governo Bolsonaro, as Forças Armadas devem intensificar sua atuação em operações de GLO (garantia da lei e da ordem), aumentar a presença em áreas distintas da defesa – como saúde, educação e infraestrutura – e tentar dar mais efetividade a projetos tidos como prioritários, mas que esbarram em falta de dinheiro.
Por outro lado, as Forças Armadas devem reduzir ações de assistência a refugiados, como hoje ocorre na região de fronteira com a Venezuela. Os abrigos de venezuelanos em Boa Vista e Pacaraima, em Roraima, são administrados e controlados pelo Exército.
Prioridades
Dentre os projetos prioritários que os altos comandos esperam destravar, estão a defesa cibernética e a aquisição de blindados (Exército), submarinos nucleares (Marinha), caças suecos e o avião de transporte militar KC-390 (Aeronáutica).
A análise nas Forças Armadas é que, hoje, os investimentos demandam R$ 6,5 bilhões por ano. Neste ano, a destinação orçamentária foi de R$ 4,5 bilhões, segundo fontes do Ministério da Defesa. O pagamento dos soldos e proventos dos 350 mil militares da ativa e dos 350 mil da reserva consomem 70% de todo o orçamento da área.
A expectativa é que o gestão de Bolsonaro turbine o orçamento para investimentos. Em entrevistas à imprensa durante a campanha, o general da reserva Hamilton Mourão, agora vice-presidente eleito, declarou não haver condições para incrementar o orçamento do setor.