Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de abril de 2019
As polêmicas envolvendo o escritor Olavo de Carvalho e o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ganharam mais um reforço. O filho do presidente Jair Bolsonaro e deputado federal em segundo mandato, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), endossou as críticas que seu irmão Carlos tem lançado sobre Mourão, e disse que ele está “apenas reagindo a isso tudo que salta aos olhos”.
Eduardo disse acreditar que a reforma da Previdência já está “madura” para aprovação e admitiu que a bancada do seu partido, o PSL, formada em sua maioria por novatos, teve seus tropeços na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas “vai dar conta do recado”. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
Como o sr. avalia a nova polêmica sobre postagens de Olavo de Carvalho?
“Na verdade, ele é uma grande referência. E o que tem causado bastante ruído são as sucessivas declarações do vice-presidente [Hamilton Mourão] de maneira contrária ao presidente da República. O que parece é que, se o general conseguir cumprir a missão dele, que é substituir o presidente no caso da ausência, tudo bem. Ou as missões que o presidente der a ele. Se ele for um soldado do presidente, tudo se encaixa”.
O senhor acha saudável ficar alimentando a discussão nas redes sociais no momento em que o governo tenta aprovar a reforma da Previdência?
“Será que esse conselho não é válido para o vice-presidente? Que todo mundo faça uma autorreflexão. É claro que o foco aqui é na Previdência. Existe limite para as coisas. São muitas declarações. Várias vezes as pessoas trazem reclamações relativas ao vice-presidente. Eu falo, olha, segura, é um cara bom, leal. Mas chega um momento que as pessoas começam a falar, ‘Eduardo, você é ingênuo ou está tapando os olhos para a realidade’?”.
Como vê a postura de Olavo?
“Acho que tanto Olavo quanto Carlos estão apenas reagindo a isso tudo que salta aos olhos de quem acompanha a política. Poxa, o general Mourão chegou a curtir um post da [jornalista Rachel] Sheherazade em que ela mete o pau no Jair Bolsonaro. Isso daí não é conduta de vice. Bolsonaro fala que é contra o aborto, ele fala que é a favor. Olha, tudo bem, é uma opinião dele. Mas, vice-presidente, a função dele não é dar opinião, ele já deu. Ele já apareceu neste tempo aí somado mais que José Alencar, Marco Maciel, Itamar Franco e o Temer, que eram vices. Então é o momento de todos nós fazermos uma reflexão. Depois que aprovar a reforma aqui isso se tornará página virada e nós vamos virar uma nova página no governo. Minha intenção não é gerar polêmica. Entendo quem pede para manter o foco na reforma”.
O que achou do acordo fechado entre governo e o Centrão que retirou alguns pontos do texto para votar a admissibilidade do texto na CCJ?
“Para a reforma é o que o Paulo Guedes fala, é salvar R$ 1 trilhão. Se ele conseguir salvar isso, tem a margem que ele precisa para fazer a transição do atual sistema. Ele mesmo diz, você pode tirar de um lugar, mas vai ter que aumentar em outro. Enfim, o remanejamento pode ser feito, mas se não for feita uma reforma dessa de um trilhão, os investimentos previstos para entrar no Brasil, não entram. Isso é ruim porque gera menos emprego e daqui a uns dez anos vai precisar fazer outra reforma, passar por outro debate porque o sistema não se sustenta sozinho”.
Acredita que a reforma será aprovada?
“Eu acredito fielmente que vai, acho que já está bem maduro na população. Todo mundo está dando a sua cota de sacrifício. Os parlamentares entrando no regime geral também”.